Retrômobilismo#95: a bonanza da vida originou uma versão menos da Chevrolet Veraneio, a Bonanza!


Apresentada em Dezembro de 1989, a Chevrolet Bonanza foi o último lançamento dos anos 80. Suas vendas se iniciaram nos início de 1990. A Bonanza era lançada como uma parceria da Chevrolet com a Brasinca, ao produzir uma versão duas portas da Veraneio. Com duas portas a menos, a Bonanza tinha entre-eixos de 2,59m contra os 3,23m da Veraneio. Quem comprava a Bonanza não precisava transformar a picape em SUV, como era muito comum na época. Na verdade, era exatamente isso que acontecia na Brasinca, onde a Chevrolet produzia a linha de picapes Série 10/20 e mandava para a empresa de transformação.A antiga Brasinca Passofi no serviu de base para a Bonanza. Sem os vidros laterais traseiros que chegavam até o teto e com o estepe externo trazido para o porta-malas, esta denotava a discrição de um modelo de série. Se a Passofi no usava o chassi da picape A-10 encurtado, a Bonanza mereceu um só dela, por mais que a base também fosse a irmã de caçamba. A Bonanza chegava ao mercado com duas versões: a Custom S e a Custom DeLuxe. A topo de linha vinha com Ar-condicionado, direção hidráulica, bancos aveludados e console central deixavam sua versão mais completa mais cara que um Ford Escort XR3 conversível.


O design era típico dos anos 80, que na picape impressiona pelo porte e pela diferença em relação a sua antecessora. A picape tinha predomínio de linhas retilíneas, com para-brisa mais inclinado que o normal, capô em cunha, que tornava um conjunto equilibrado. Na Bonanza, já em 1990, o design já não era novidade e já tinha chegado ao mercado com a mesma dianteira da picape. O interior tinha acabamento bem cuidado e o banco poderia ser dividido em 60/40, ainda sendo reclinável e ajustável em altura. Surgiam espaços para pequenos objetos e a ventilação oferecia quatro velocidades e o painel era típico de automóvel, com sua conformação envolvente, voltada ao motorista, e seis módulos para os instrumentos. O quadro de instrumentos, bem completo tinha horímetro, medidor de horas do motor em funcionamento entre outros. Os motores a gasolina e a álcool eram o mesmo do Opala, o 4.1 de seis cilindros, que com álcool desenvolvia 135cv de potência e torque de 30,1kgfm, com velocidade máxima de 140km/h e aceleração de 0 a 100km/h em menos de 20 segundos.


O motor a álcool precisava rodar com um tanque de combustível do lado: em ciclo urbano, 3,7km/l na cidade e 4,5km/l na estrada, com autonomia de 320km e 400km respectivamente. Já o gasolina, desenvolvia 124cv e os mesmos 30,1kgfm de torque, ambos com câmbio manual de 4 velocidades. O grande diferencial era o motor diesel. O motor Perkins de quatro cilindros desenvolvia 86,4cv com torque de 27kgfm, disponível em 1.600rpm. Com motor diesel, o câmbio era manual, mas de 5 marchas. A primeira marcha era muito curta, usada principalmente em atoleiros e subidas ingrimes. No uso normal, saía-se em segunda marcha. Na Veraneio, o que preocupava era a sua estabilidade, muito criticada na época. Para a Bonanza, a estabilidade era ainda menor, por ter alguns centímetros e peso a menos. Por outro lado, o porta-malas era ótimo, com bom acesso ao compartimento. Em 1991 era lançada a mudança mais relevante da Chevrolet Bonanza. O motor Perkins era substituído pelo Iochpe-Maxinon S4. Esse era um 4.0 que era mais silencioso, leve e eficiente. Aspirado, ele desenvolvia 92cv de potência de 28kgfm de torque, mas a grande estrela era o Turbo Diesel. Mais potente, ele desenvolvia 125cv de força e 38,2kgfm de torque. Esse motor era bem mais esperto.


Ele alcançava 145km/h e acelerava de 0 a 100km/h em menos de 20 segundos, acoplado a um câmbio manual de 5 marchas. No mesmo ano era apresentado o face-lift. A Bonanza trazia os novos faróis do Opala, em forma de trapézio, além de uma nova grade dianteira. No interior, as mudanças ficavam por conta do novo painel, que trazia velocímetro e o conta-giros em um só módulo e os instrumentos menores em faixas laterais, além de luzes-piloto mais vistosas. O comando de embreagem passava a ser hidráulico, que isolava vibrações e mantinha leve por longo tempo, e a direção assistida era a moderna Servotronic. Com controle eletrônico, tornava-se mais firme com o aumento da velocidade e não da rotação do motor. Como opcional, alarme, controle elétrico dos vidros, travas e retrovisores desde 1991. Na lista de opcionais, ainda tinha volante com regulagem de altura, rodas de liga leve e rádio/toca fitas digital para a versão DeLuxe. O fim de linha chegava em 1994, mesmo ano que a conhecida Veraneio deixava de ser produzida. Caso a parte de nossa indústria, hoje a Bonanza quase não é lembrada. Também pudera. Entre 1989 a 1994 foram produzidas apenas 3.885 unidades da Bonanza e é raro ver uma unidade em bom estado de conservação.


Comentários

  1. No ano de 2018 comprei uma ano 1989, que no passado tinha sido a gasolina ,colocaram um motor perkins, possui 4 marchas , tive que refazer a pintura e reforma das rodas, ainda originais, o estofamento coloquei de couro, o pior de tudo foi conseguir a reforma das rachaduras do painel.....

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