Retrômobilismo#93: Chevrolet Ipanema não conseguiu repetir o mesmo sucesso do irmão Kadett!


Lançada em 19 de Outubro de 1989, alguns meses depois do Kadett, a Ipanema era lançada como a substituta da Marajó, que tinha saído de linha certo tempo antes. Mais moderna, a Ipanema era um Kadett até a porta e saí em diante tinha uma carroceria diferenciada. O destaque da station era a boa visibilidade traseira, que diferente do hatch, era proporcionado a posição do vidro traseiro. A Ipanema chegava ao mercado brasileiro primeiramente com carroceria de 2 portas que tinha maior aceitação na época. Talvez a traseira era o ponto mais crítico do design da Ipanema, devido ao corte bem vertical da traseira e das lanternas retangulares. Mas se isso não fosse levado em consideração, a Ipanema tinha outros benefícios, como amplo espaço interno e grande porta-malas de 930 litros podendo chegar a 1.850 litros com os bancos traseiros rebatidos, ótimo para bagagens. Era mais que suficiente para aposentar a Marajó. A Ipanema era oferecida nas versões SL e SL/E.


O motor era o mesmo do Monza, o 1.8 a álcool ou a gasolina, que desenvolvia 95cv de potência com torque de 15,2kgfm, acoplado a um câmbio manual de 5 marchas. O tanque de combustível de apenas 47 litros fazia a Ipanema ir mais constantemente a um posto de combustível. Com peso de 1.200kg, a Ipanema não era um primor em desempenho, mas tinha uma autonomia até que aceitável, ainda mais com o seu pequeno tanque de combustível. Diferente das rivais Volkswagen Parati e Fiat Elba, a Chevrolet Kadett Ipanema trazia algumas inovações, como sistemas elétricos (vidros, travas, retrovisores), vidros traseiros colados na carroceria, suportes embutidos para bagageiros, motor transversal, algo inovador do período, que incluía o distribuidor na ponta do comando de válvulas. Nos primeiros anos de vida, a Ipanema não conseguiu o mesmo êxito de vendas do Kadett, mas a Chevrolet tinha algumas cartas na manga para fazer a station decolar no mercado.





Em 1991 a Chevrolet lançava a série especial Wave, que apresentava pinturas personalizadas e diferentes das produções nacionais. Essa linha chegava com traços do Kadett Turim, mas sem nenhuma mudança na motorização e no interior. Além da série especial, no ano seguinte, em Abril de 1992 a Chevrolet lançava a esperada motorização com injeção eletrônica, o 1.8 EFI que passava de 95cv para 98cv. No interior, a inclusão de uma luz para troca de marchas, algo já pertencente ao pacote eletrônico, e os bancos que ganharam encostos de cabeças vazados, uma tendência dos veículos naquele ano. Em 1º e 2 de Abril de 1993, a Chevrolet lançava a carroceria de quatro portas, que passaria a ser padrão na Ipanema, além do esperado motor 2.0 EFI na versão topo de linha SL/E, que desenvolvia e trazia 110cv de potência quando abastecido com álcool e torque de 17,3kgfm. Com quatro portas, o acesso dos passageiros melhorava muito, além do design, que a deixavam com aspecto maior. As travas em pinos à mostra perto do vidro; saindo das antigas travas que ficavam localizadas ao lado das maçanetas. Era lançada a série especial Sol para a Ipanema, em 1993.


Em 1º de Junho de 1993 a Chevrolet comemorava em São Bernardo do Campo (SP) a marca de 30.000 unidades produzidas da Ipanema. No mesmo ano o tanque de combustível aumentava para 60 litros, que melhorava a autonomia das motorizações,além de ganhar mais uma série especial, batizada de Flair, que trazia capô com saídas de ar do Kadett GSi, com motor 2.0. Ganhava ainda freios traseiros a disco e transmissão automática de 3 velocidades como opcional. Em 1994 a Chevrolet renomeava o nome das versões SL e SL/E para GL e GLS. O alarme poderia ser acionado na própria fechadura e um temporizador ajustável no limpador do para-brisa. No interior, foram feitas mudanças significativas, incluindo um novo painel de instrumentos, com acabamento melhor localizado e moderno, porta-luvas reestruturado dos problemas que os modelos anteriores apresentavam, controles do vidro realocados para as portas, saindo do sistema central que ficava ao lado do freio de mão. Mudanças que faziam da Ipanema soberana sobre os concorrentes. No fim de 1995 os encostos dos bancos dianteiros deixavam de ser vazados e reguláveis.


Na linha 1996 ele ganhava sua única mudança mais significativa no visual, que trazia para-choques mais arredondados e na cor da carroceria, nova grade dianteira, lanternas fumês, volante de três raios do Vectra e perdia a luz que auxiliava o motorista para trocar as marchas. Em 1996 a produção do Kadett e da Ipanema era transferida de São José dos Campos (SP) para São Caetano do Sul (SP). A station não demoraria muito para dar adeus ao mercado brasileiro, com uma substituta no gatilho de lançamento. O fim de linha chegava em 1997, quando a Volkswagen lançava a nova geração da Volkswagen Parati e a Fiat trazia a moderna Palio Weekend, que trazia uma crise ainda maior para a Ipanema. A cartada final deu em Janeiro de 1997, com a Ford Escort SW, que evidenciou o fim de linha da Ipanema, depois de 8 anos de mercado, sendo substituída pela irmã mais moderna, a Corsa Wagon, que tinha design bem mais moderno e teria mais chances de sucesso. Entre 1989 a 1997 foram vendidas apenas 58.715 unidades da Ipanema no mercado brasileiro, número no qual a Volkswagen Parati conseguia fazer em menos de 2 anos.


Comentários

  1. Grande automóvel. Tenho um modelo 1992 1.8 efi a 20 anos.

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  2. ipanema é foda de mais, aqui onde eu moro todo veiculo de origem... "perua", é chamado de funerária

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