Retrômobilismo#81: A lenda antiga que dá continuidade em uma nova encarnação! Eis o Miura Saga!


Qual o significado de Saga? "1. Lenda medieval acerca de figuras ou eventos notáveis dos países escandinavos. 2. Qualquer lenda antiga acerca de feitos heroicos. 3. Xácara baseada em alguma dessas lendas.". Podemos dizer que o Miura Saga é uma figura que deu continuidade a história da marca brasileira no Brasil. Mais uma vez, a Miura abusava dizer em seus slogans: "Aqui está uma das maneiras de se dirigir um carro do século 21. A outra é esperar 14 anos.". Pode até soar presunçoso, mas o texto do anúncio do Miura Saga de 1986 não estava distante da realidade. O Saga de fato era um mostruário do que o Brasil melhor poderia oferecer quando se falava em esportivos genuinamente brasileiros. Em uma década onde nossos carros eram um tanto "ultrapassados" em relação a outros países, os carros da Miura era um verdadeiro banho de água fria no quesito design, principalmente. O interior, extravagante por si só, era revestido em couro creme, vermelho ou de outros tons.


Apresentado pela primeira vez no Salão do Automóvel de São Paulo em 1984, o Saga era o carro topo de linha da marca gaúcha na época, custava 58 milhões de cruzeiros, que atualmente custaria cerca de R$210.909. Apesar de parecer uma variante três volumes de Targa e Spider, o Saga tinha vinco diagonal dos outros dois e com frisos que percorriam as laterais, onde o estilo imprimia discrição, embora a frente pronunciada contrastasse com o volume curto do porta-malas. Seus destaques estavam na lista de itens de série: tinha itens como teto solar, bancos de couro, ar-condicionado e trio elétrico, em uma época onde todos estavam acostumados com carros "pelados". O Saga era oferecido com motor 1.8 8v a álcool do Santana, que desenvolvia 92cv de potência, que se tornava pouco para os 1.200kg do Saga. Ainda tinha o motor 1.8 a gasolina, mas que era pior: entregava 87cv e 14,9kgfm, mas já era uma evolução aos motores 1.6 utilizados pela Miura. Com esse motor, o Saga chegava a 175km/h e precisava de 13 segundos para ir de 0 a 100km/h. Nas dimensões, o Saga tinha 4,53 metros de comprimento e 2,58 metros entre eixos, com porta-malas de 280 litros.


 Na mecânica, o destaque do Saga era os freios a disco nas 4 rodas, que na época só era encontrado no Alfa Romeo 2300 Ti4. Em 1985, o Saga já respondia por 60% da produção da Miura e apesar de ser o carro mais cara da marca, conseguir vender relativamente bem no mercado. Em 1986 ele ganhava itens futuristas, como: abertura da porta por controle remoto, um espetáculo eletrônico que a maioria dos importados de hoje não oferece. Ele ainda ofereceu regulagem eletrônica de altura do volante, que transformava a posição baixa em um carro ainda mais esportivo. Além disso, itens como uma pequena TV preto e branco japonesa de série, acima do rádio, tinha tela de 5" polegadas. O toca-fitas da marca Tojo, computador de bordo e sistema de voz (que avisa o motorista sobre funções como afivelar o cinto de segurança, abastecer, checar temperatura do motor e a pressão do óleo e retirar a chave do contato), também controla o sensor crepuscular. Finalizando a lista, uma minigeladeira, era instalada na lateral esquerda do banco traseiro. O controle remoto até mesmo iria substituir as maçanetas externas, como é visto na imagem acima, em comparação com a primeira do post.


 A primeira geração durou até 1988, ano que ele adotou o motor 2000 do Santana que desenvolvia 112cv de potência e torque de 17,5kgfm de força. Desde 1987 havia o Miura 787, uma nova saga do Saga, era um carro baseado no esportivo de 1984, porém 5cm mais curto, com traseira de um hatch e um discreto aerofólio. Entre as mudanças da traseira, estavam as novas lanternas, que vinham do Chevrolet Opala, eram interligadas, além de um novo para-choque traseiro. Para 1989, o novo Saga ganhou uma traseira em que o vidro emendava com os das laterais, recebendo uma grande área envidraçada. Com a abertura das importações, em 1990, ele perdeu o ar de exclusividade e a produção parou dois anos depois, em 1992, encerrando a história de um carro nacional que depois de quase 20 anos, causaria inveja a muito importado por aí devido as suas revoluções e inovações. Não se sabe quantas unidades foram produzidas.


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