Retrômobilismo#79: Volkswagen Santana, a evolução do Passat em nova fase no Brasil - Part. 01!


O primeiro Volkswagen de luxo lançado no Brasil, o Santana, quebrava um paradigma da própria Volkswagen, que em alemão significa "carro do povo". Lançado em Abril de 1984, o Santana (nome que significa um vento forte, quente e seco que sopra em Santa Ana, sudoeste da Califórnia, mais precisamente na litoral), tinha um visual bastante próprio, com frente baixa e longa, para-brisa amplo e inclinado, lanternas finas e longas, junto a uma traseira alta. Chegava ao Brasil para representar a Volkswagen perante a forte concorrência, composta por Ford Del Rey, Chevrolet Opala e o todo-poderoso Chevrolet Monza, lançado um ano antes e muito bem sucedido no mercado brasileiro. Para o Brasil a Volkswagen desenvolveu uma inédita variante de duas portas, para ser mais aceito ao mercado, devido a alta procura por modelo de duas portas, mas também oferecia a variante de 4 portas.


Para o Brasil o Santana também teve o tanque de combustível aumentado de 60 para 75 litros, melhorando a autonomia do modelo movido a álcool. O Santana não tinha grandes mudanças no visual frente ao modelo de outros países. No Brasil, o Santana tinha poucas diferenças entre as versões básicas e topo de linha, mas mais cromados (moldura das janelas e uma acima das lanternas). Com cerca de 300 unidades produzidas, a Volkswagen percebeu que o Santana estava com a traseira alta demais e resolveu baixar a suspensão, modificando a altura dos prato de molas nos amortecedores traseiros, mas o silenciador traseiro continuava lá, deixando o visual um tanto destoado. A Volkswagen oferecia três versões: CS, CG e CD. A versão topo de linha trazia itens como rodas de alumínio, lavadores de farol e luz traseira de neblina no lado esquerdo. Além de direção assistida, câmbio automático de três marchas apenas e sem controle eletrônico, que o Del Rey já possuía, ar-condicionado e rádio/toca-fitas digital Bosch Rio de Janeiro, que logo seria muito visado pelos ladrões por não apresentar proteção contra furto.





Todas versões estavam disponíveis com acabamento de duas e quatro portas e era um dos únicos veículos a não oferecer a cor branca no leque de cores. Somente em 1985 quando Bob Sharp convenceu a Volkswagen a fabricar um Santana branco com interior marrom e o modelo foi bonito, entrando em produção a cor branca. O interior do Santana era muito amplo e muito bem-acabado, trazendo muito espaço interno para os ocupantes. Trazia como novidades para a época, o cinto de três pontos para dois ocupantes e encosto de cabeça para 4 ocupantes, apoio central, ajuste de altura do banco dianteiro e controle elétrico dos retrovisores, finalizando com a trava central das portas eletropneumática. No painel existia luzes de LEDs e um consumo instantâneo. O motor de todos Santanas era o 1.8 8v com carburador de corpo duplo, que desenvolvia 92,4cv de potência a álcool, com câmbio manual de 5 marchas, oferecido apenas na versão CD, enquanto as versões CS e CG era de 4 machas.


Fazia de 0 a 100km/h em 11,9 segundos, mas com um aspecto ruim que era a aspereza do motor em alta rotação, que acabava "queimando" sua imagem. O motor com bielas curtas resultava em uma relação r/l desfavorável. Em 1986 o problema seria sanado. Com o motor "reformulado", o Santana renderia 94cv de potência com álcool, que também ganha mais torque. Em 1987 ele ganharia um discreto face-lift, como a nova nomenclatura das versões, que passavam a ser C, CL, GL e GLS. A topo de linha, a GLS, trazia os faróis de neblina junto à grade, e não mais salientes (e vulneráveis, porém mais eficientes em função da posição baixa) na parte inferior do para-choque. O interior ganhava requintes como luzes de leitura, chave com iluminação embutida e espelho iluminado no pára-sol do passageiro, enquanto a versão C só era vendida com motor a álcool e câmbio manual de 4 marchas, sem nenhum opcional, tornando-a como uma versão mais acessível, vendida principalmente para venda direta. Em 1988 ele ganhava novos itens de conveniência como vidros elétricos de um toque e temporizador.


Em Maio de 1989 a Volkswagen lançou o motor 2000, ou melhor, o 2.0 8v que desenvolvia 112cv de potência e torque de 17,5kgfm de torque. A velocidade máxima era de 187km/h. Com o motor 2.0 a gasolina ele desenvolvia 99cv de potência em razão do menor imposto, que era maior para veículos de mais de 100cv de potência. Na verdade o motor desenvolvia 105cv de potência. No mesmo ano o Santana ganhava rádio/toca-fitas da Bosch de série, mas ainda era um alvo fácil para ladrões. Tinha ainda teto solar com comando manual na versão GLS. A versão GL trazia bancos Recaro como opcional e a versão pé-de-boi C saía de linha. Mais mudanças chegariam em 1990 com o motor 2.0, divulgando potência e torque brutos, chamado de Fase II. Com isso a potência era de 125cv brutos. No mesmo ano ele ganhava rádio/toca-fitas com código anti-furto. Na virada da década, ainda em 1990 o Santana ganhava injeção eletrônica, primeiro carro de luxo a trazer tal item.


O motor com injeção era das versões EX e Executive, com injeção multiponto analógica da Bosch, com potência bruta de 125cv de potência e 114cv líquidos. O Executivo era vendido com três cores (preto, vinho e azul) e trazia consigo elementos próprios, como terceira luz de freio, grade exclusiva, para-choques dianteiro e traseiro com pintura especial na cor da carroceria e lanternas fumês, antena de teto, frisos, logotipos na cor cinza e rodas raiadas. O interior ganhava bancos Recaro, volante de diâmetro menor e do pomo do câmbio, com iluminação vermelha no interior. O Santana que era vendido no Brasil não existia mais na Europa e a abertura das importações fez a Volkswagen fazer uma grande mudança no visual do Santana, mas sem trocar de plataforma. Baseado no Passat alemão, o novo Santana surgia em Abril de 1991, no aniversário de 7 anos do Santana. Do modelo anterior restavam apenas as portas dianteiras e chassi. O resto era tudo novidade, que se tornou como uma nova geração do Santana.


O novo Santana recebia boas novidades como teto, para-brisas, vidros laterais/dianteiro/traseiro. Trazia ainda novos faróis, grade dianteira, rodas de liga leve e calotas, lanternas que invadiam a tampa do porta-malas, retrovisores, capô, tampa do porta-malas, para-lama dianteiro e traseiro, para-choque dianteiro e traseiro, conferindo uma frente mais arredada e um estilo bem moderno para a época. No total ele estava 4,5cm maior e 1,5cm mais alto. No interior o painel havia sido totalmente reformulado, com instrumentos em três módulos como os modelos europeus com iluminação alaranjada e velocímetro eletrônico, com encosto de cabeça vazados. No motor, o 2.0 recebia injeção eletrônica como item de série da versão GLS, que trazia ainda faróis de neblina, rodas de alumínio e moldura da placa traseira que complementava as lanternas. A versão CL ainda usava o motor 1.8, enquanto a partir da GL era o motor 2.0.


Em 1992 ele ganhava o prêmio "Carro do Ano 1992", mostrando que a mudança da Volkswagen tinha feito muito efeito. Em 1993 ele ganhava apenas retrovisores da cor da carroceria e para-choques com pintura parcial da cor da carroceria. O carpete interno era mais espesso, com vidros elétricos one-touch e com anti-esmagamento. Entre as novidades estavam o ar-condicionado redimensionado, novo alarme anti-furto e sensor ultra-som. Pouco tempo depois surgia o carburador com controle eletrônico, fonte de problemas para muitos. Era um paliativo até a chegada da injeção monoponto para as versões inferiores, em Setembro de 1993. O Santana também ganhava teto solar de comando elétrico (disponível nas versões GL e GLS, mas opcional), além de indicador de portas abertas, temporizador dos faróis, sistema de verificação e controle (check/control), terceira luz de freio de série, ajuste do apoio lombar dos bancos dianteiros, volante ajustável em altura (disponível para as versões CL e GL), novas rodas de alumínio, revestimento dos bancos em couro do Uruguay e Toca-CD (opcional no GLS, por ser novidade na época), primazia no mercado nacional.


Segunda parte deve sair no dia 15/03, com o restante da história do Volkswagen Santana.


Fonte: Best Cars

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