Retrômobilismo#76: O único médio campeão de vendas no Brasil, Chevrolet Monza era sucesso nos anos 80!


Lançado em Maio de 1983, chegava ao mercado brasileiro o Monza três-volumes, o sedã do Monza que já tinha sido lançado no Brasil um ano antes, em 1982. O Monza "Sedan" conseguiu conquistar ainda mais o consumidor brasileiro, fazendo ele ser líder de vendas no mercado brasileiro entre 1984, 1985 e 1986, se tornando o único médio a liderar as vendas do mercado brasileiro, por três anos, antes do Volkswagen Gol assumir seu longo reinado. Chegava junto ao Monza, o inédito modelo 4 portas, que mesmo não sendo muito aceito pelo público, conseguiu fazer um certo sucesso no mercado brasileiro. Enquanto o Monza 2p media 4,26m, o 4 portas era 10cm maior, para adequar ao tamanho das portas traseiras. Embora o Monza ter mantido o mesmo visual do Hatch, no Sedan ficou mais harmonioso e bem definido, uma das possíveis receitas de sucesso do Monza.


A versão 2 portas passava a ser oferecida um tempo depois, em Setembro do mesmo ano e foi aí que as vendas do Monza dispararam, já que a grande preferência era de sedãs com duas portas. O Monza era oferecido nas motorizações 1.6 que rendia 73cv quando abastecido com álcool e outro 1.6 que rendia 72cv quando era abastecido com gasolina e o 1.8, movido a gasolina e com carburador simples, era capaz de desenvolver 86cv de potência, com torque de 14,5kgfm, sempre com câmbio manual de 4 velocidades que em Maio de 1983 era substituído pelo de 5 marchas, reduzindo a rotação do motor em até 22%, além de menor economia e ruído. Em Março de 1984, contribuindo para o sucesso do Monza chegava o motor 1.8 a álcool que desenvolvia 87cv de potência com torque de 15,2kgfm. Para fazer sucesso, o Monza trazia bons itens e série, como controle elétrico dos vidros e travas, direção assistida, antena elétrica e ar-condicionado. Em Agosto de 1984 surgia o câmbio automático de 3 velocidades para o Monza.





Para deixar o Monza mais atual, a Chevrolet lançava em 1985, algumas mudanças ao três-volumes. Ganhava spoiler dianteiro, maior entrada de ar e um friso inferior, novos retrovisores e grade dianteira, além de lanternas em cor âmbar, enquanto a versão SL/E ganhava novas rodas de alumínio ou calotas integradas. O interior também ganhava aprimoramentos. O painel trazia novos quadro de instrumentos com conta-giros, voltímetro e indicar de consumo do tipo vacuômetro. Além disso trazia novo volante de quatro raios, encosto de cabeça separado e de melhor revestimento e os bancos traseiros ganhavam apoio dos braços centrais como opcional, além das travas internas das portas, que agora estavam junto as maçanetas internas. Finalizavam as luzes de leitura e espelho cortesia com iluminação no para-sol do passageiro. Em 1986 era lançada a versão Classic, a nova versão topo de linha do Monza que trazia faróis de neblina, rodas de alumínio raiadas, molduras laterais largas e revestimento mais sofisticado no interior. Trazia como item de série, alguns itens que eram opcionais no SL/E como direção assistida, ar-condicionado, controle elétrico de vidros, retrovisores e travas.


 Em 1987 chegava ao mercado a motorização 2000, o conhecido 2.0 8v, que não trazia injeção eletrônica como o Opel Ascona alemão e trazia 110cv de potência quando abastecido com álcool e torque de 17,3kgfm, além de desenvolver 99cv com gasolina, com torque de 16,2kgfm. O 2.0 havia sido desenvolvido a partir do 1.8, com maior diâmetro de curso dos pistões e trazia mais vida do Monza. Já o motor 1.8 também passou por algumas mudanças, já introduzidas no 2.0, como bielas mais longas, pistões mais leves e carburador de corpo duplo. O motor 1.8 desenvolvia 95cv com gasolina e torque de 14,3kgfm e 99cv de potência e torque de 15,1kgfm com álcool. Ficando cada vez mais velho e sem mudanças radicais, a Chevrolet trazia em 1988, como spoiler dianteiro integrado ao para-choque, grade dianteira redesenhada, faróis dianteiros um pouco maiores, molduras laterais mais largas, lanterna traseira com friso preto complementavam o exterior. O interior trazia novo volante, ajuste de altura do volante entre outros. Ganhava ainda uma nova nomenclatura e a versão básica passava a ser chamada de SL, enquanto a Classic ganhava o sobrenome SE. Já em 1989 o Monza ganhava computador de bordo como opcional.


Ainda em 1989 a Chevrolet apresentou o Monza 500 E.F., série especial que fazia alusão a vitória de Emerson Fittipaldi nas 500 milhas de Indianápolis, nos EUA. Em 1990 chega a injeção eletrônica ao Monza, com o sistema analógico LE-Jetronic, da Bosch. Mas, o Monza não resistiu ao tempo e clamava por outra mudança. Enquanto na Europa ele já tinha sido substituído pelo Vectra, por aqui ele ganhou profundas mudanças na dianteira e na traseira em 1991, com linhas mais harmônicas e elegantes que o modelo de 80, ganhando uma frente mais longa em até 8,5cm, mais afilada e baixa. Já a traseira ganhava 4,2cm e tinha visual mais limpo, mas as janelas laterais permaneciam as mesmas, "destoando" o conjunto renovado. Com o visual mais moderno, ganhou o apelido de "Monza Tubarão". Os faróis dianteiros mais afilados e compridos com lanternas quase que quadradas traziam um novo visual ao Monza, que agradou na maioria do público.


O porta-malas subia de 510 litros para 565 litros e se tornava um dos maiores do segmento. A Chevrolet tentou ao máximo deixar o Monza mais parecido com Omega e Vectra europeus e de certa forma conseguiu, pois o visual de um modo geral agradou o público. O interior permanecia quase o mesmo com o painel côncavo, sem trazer aquele impacto de "novidade", trazendo frisos sobre o porta-luvas e a opção de painel digital. Com a mudança no visual, a versão Classic SE era equipado com bancos e volante de couro, motor com injeção, deixando de ser oferecida a versão 500 E.F.. Efetivamente a injeção eletrônica chegava ainda em 1991 ao Monza, quando o motor 2.0 passou a ter o sobrenome E.F.I., elevava a potência para 110cv no motor 2.0 abastecido com gasolina e torque de 16,6kgfm de força, enquanto o motor a álcool oferecia 116cv e 18kgfm de torque. Em Setembro a injeção eletrônica também chegava ao motor 1.8, que desenvolvia 99cv e torque de 16kgfm com álcool e 98cv e 14,6kgfm com gasolina.


Em 1992 chegava o motor 2.0 com a injeção remapeada EZ-K, mesmo motor que equipava o Kadett GSi, que desenvolvia 121cv de potência e torque de 17,6kgfm movido a gasolina, tornando-se o Monza mais forte já produzido, que ia de 0 a 100km/h em 10,7 segundos com velocidade máxima de 182km/h. Ganhava no mesmo ano, uma luz no painel que auxiliava o motorista a trocar de marca na hora exata, item muito bom que diminuía o consumo de combustível. Porém, o departamento de marketing da Chevrolet viu na "luzinha", um fator de desconforto para os motoristas que não queriam ser conduzidos por uma luz no painel, situação que seria abolida em todos os carros da marca em 1996. Ainda em 1992 chegava o Monza Barcelona, em comemoração aos jogos olímpicos de Barcelona, que trazia grande pacote de itens de série a um preço atrativo. Em 1993, outra série especial era lançada, a 650, em comemoração as 650.000 unidades produzidas do Monza. Essa série especial vinha em cor vermelha com acabamento sóbrio. Já em 1994 era lançado o Monza Club. Em 1993, o Monza ganhava um friso traseiro, enquanto as versões Classic e SL/E traziam regulagem de altura do banco do motorista, retrovisor interno fotocrômico, ajuste elétrico do faixo do farol, cintos de três pontos na traseira, freios a disco traseiros com opção de ABS.


Em 1994 também era lançada a versão Hi-Tech do Monza, que trazia itens um tanto tecnológicos para a época, como painel digital, freios ABS e ganhavam novamente uma nova nomenclatura das versões. A SL se tornaria GL, enquanto a SL/E se tornava GLS. A partir de 1995 o Monza já sentia o peso da idade enquanto haviam novos rivais e a motorização 1.8 deixava de ser oferecida, assim como a carroceria de 2 portas, com motor 2.0 com injeção multiponto apenas em linha. Ganhava os últimos aperfeiçoamentos em 1995 ao trazer um novo câmbio, de relações mais longas e espaçadas entre si, além de válvula de recirculação dos gases do escapamento para controlas índices de emissões e faróis de neblina e rodas de aro 14" na versão GLS. Com a chegada do Vectra B em Março de 1996, o Monza saía de linha em Abril, depois de quase 14 anos em linha, ostentando o tri-campeonato de liderança, algo que o Vectra jamais conseguiu alcançar, apesar dos bons números de vendas, passando o posto de vez ao Vectra, que já dividia o portfólio desde 1993. Foram produzidas 857.810 unidades do hatch e do sedan nos 14 anos de carreira do nome Monza!


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