Retrômobilismo#70: Não é para eu! É Parati! Volkswagen Parati revolucionou as stations!


Sabe aqueles carros que permanecem vivos na história do brasileiro, em uma família. Pois bem, a Volkswagen Parati foi assim. Sua longa história de 31 anos de vida marcou a vida de muitos brasileiro, mas o tempo acabou pondo uma pedra no caminho da "station mais jovem do Brasil". Lançada em Junho de 1982, a Parati era desenvolvida na base do Voyage, no qual tinha a mesma dianteira, que apenas o Gol não tinha. Isso fez a Parati fazem um tremendo sucesso no mercado brasileiro na época, quando substituía a cansada Variant II, que nunca fez sucesso. Quando chegou no mercado, viu de cara muitas rivais. Entre elas, modelo como Ford Belina II, Fiat Panorama, Chevrolet Marajó, Chevrolet Caravan, que eram contabilizadas em um só segmento, não diferenciando das pequenas das grandes. Levava 530 litros no porta-malas, número que crescia para 1.110 litros com os bancos traseiros rebatíveis.


O motor era o 1.5 refrigerado a água do Passat, que com carburador simples oferecia 65cv de potência e torque de 11,5kgfm de força, com câmbio manual, fazendo uma média de 148km/h. O que mais chamava a atenção no visual da Parati era o amplo vidro traseiro, que era único em toda a lateral, que trazia um visual moderno para a época. Era vendida nas versões LS e GLS. Na versão topo de linha a station oferecia rodas de liga leve de alumínio como opcional, vendidas pelas primeira vez na Volkswagen do Brasil. Em 1983 a Parati ganhava o motor MD270. Era o 1.6, também do Passat que rendia 81cv de potência e torque de 12,8kgfm com álcool, que trazia modificações como a taxa de compressão mais alta, comando de válvulas e pistões, ignição eletrônica, carburador de corpo duplo entre outros faziam parte do modelo, associado ao câmbio 3+E (E de Econômico), com efeito de sobremarcha, uma solução temporária da Volkswagen para reduzir o consumo da Parati, câmbio no qual era de 4 marchas desde seu lançamento, um ano antes.




 Em 1986 a Parati ganhava o câmbio manual com 5 marchas, em substituição ao câmbio de 4 velocidades. Em 1987 a Parati chegava ao seu primeiro face-lift (foto acima), que ganhava uma nova dianteira, ao ganhar uma frente mais baixa que trazia para-choques de plástico na dianteira e na traseira, novos faróis dianteiros, novo retrovisor externo, e detalhes no interior. Em 1988 a Volkswagen mudava o painel da Parati, que seguindo os mesmos passos do Voyage, ganhava dois painéis diferentes: o mais simples era oferecido para a versão GL enquanto a versão GLS ganhava um painel mais completo, muito próximo ao que o Santana utilizava. A versão GLS, mais descolada ganhava bancos Recaro, faróis de neblina, rodas de alumínio e volante "quatro bolas". Ainda no mesmo ano a Volkswagen do Brasil começava a exportar o nosso Voyage e a Parati para os Estados Unidos da América com o nome de Fox e Fox Wagon respectivamente, com cerca de 2.000 modificações para ser vendido por lá, por ser um mercado mais rigoroso.


 Sem grandes mudanças, a Parati chegava a 1991 com mais um face-lift, desta vez na dianteira, ao ganhar uma nova dianteira, ao ostentar novos faróis, mais finos, nova grade dianteira, novas rodas e frisos laterais. Além disso, a Parati perdia o ressalto próximo a placa na traseira, que deixava o visual mais limpo e passou despercebido por muitos. Em 1992 ganhava catalisador para entrar na lei do governo, com as novas normas de emissão de poluentes. Em 1993 a Parati ganhava o motor 1.8 do Gol GTS, que desenvolvia 99cv de potência e torque de 15,3kgfm de força. Em Novembro de 1995 a Volkswagen colocava uma pedra na primeira geração da Parati, que ganhava novos traços para os anos 90, que ganhou o apelido de "Bolinha" pelo seus traços arredondados, assim como o Gol.


Chegando primeiramente a carroceria de três portas, a station recebia upgrades na motorização, também. A versão GLS, por exemplo, ganhava o motor 2.0 8v do Gol GTi, que desenvolvia 109cv de potência. A Parati ainda ganhava o motor 2.0 16v, o primeiro 16v da station, que recebia o motor que já estava presente no Gol GTi desde 1995. Lançado no ano seguinte na Parati, ele rendia 145cv de potência e torque de 18,4kgfm, motor no qual era importado da Alemanha. Tinha o mesmo ressalto no capô, que fez muitas pessoas logo observarem que se tratava da versão nervosa. O interior poderia vir na cor vermelha ou preta nesta versão mais esportiva. Em Setembro de 1997 a Volkswagen lançava o motor 1.0 16v para a Parati, que desenvolvia 69cv de potência e torque de 9,3kgfm, com altas rotações, o que levou a Volkswagen em adotá-lo na station.


 Em 1998 a Volkswagen passou a adotar Airbag Duplo e a tão esperada configuração de 4 portas para Gol e Parati, há muito tempo esperada pelos consumidores. A versão GTi também era oferecida para a Parati de 4 portas. Com essa versão, ela poderia chegar a 206km/h. Em Abril de 1999 a Volkswagen mexia no visual da Parati e do Gol, que recebiam a sua melhor mudança, conhecido como "G3". A mudança fez da família do Gol, a mais bela que já existiu fez dos modelos darem um salto de qualidade. O design perdia um pouco das formas arredondadas ao ganhar traços mais retilíneos, com faróis e lanternas de superfície complexa, dando um visual pra lá de moderno ao Gol e Parati. O painel estava com plásticos mais refinados, com diferentes tons pela carroceria, aliado ao painel de cor azul, que fez a cabeça de muitos consumidores da época, foi a melhor fase que a Parati conseguiu chegar.


A Parati deixava de oferecer a carroceria de 2 portas, pois se tratando de um carro de família, era um tanto inútil permanecer com a carroceria de 2 portas, ainda mais que aumentava a preferência do consumidor por carros de 4 portas. A versão com motor 2.0 16v, a GTi, seguia em linha, enquanto todas as outras versões recebiam novidades. Em 2000 a Volkswagen lançava um novo motor: o 1.0 16v Turbo, um grande salto de tecnologia na linha Gol, que com ajuda do governo, que dava menos IPI a carros com motores 1000, fez a Volkswagen se beneficiar a lançar o inédito motor mil turbo ao mercado. Com turbocompressor, o 1.0 Turbo da Volkswagen conseguiu chegar a uma potência de 112cv de potência e torque de 15,8kgfm, o mais potente 1.0 já fabricado no Brasil de fábrica. Conseguia fazer de 0 a 100km/h em 9,8 segundos com velocidade máxima de 191km/h, ficava no mesmo patamar do antigo 2.0 8v.


O visual do 1.0 16v também era mais esportivo ao adotar faróis de máscara negra, rodas de alumínio de 14" polegadas e faróis de neblina. Era admirável a potência e a força do motor 1.0 16v Turbo, mas este motor ficou marcado por problemas, já que na maioria das vezes o proprietário não usava o óleo indicado pela Volkswagen a este motor, que ao invés de usar o óleo de carro com 16v, usava o de 8v, o que acabava fundindo o motor Turbo, que seguiu até 2004. Em 2002 mais mudanças chegavam ao visual da Parati. O modelo ganhava traços ainda mais retilíneos, que estavam presentes na dianteira e na traseira. Aliás, a traseira ganhava lanternas mais recortadas


Com esse novo visual, a Parati ganhava mais três versões: a City, mais básica com motor 1.6 8v, a Plus com motor 1.8 e a inédita Crossover, com rodas de liga de 15" polegadas com suspensão mais alta, era a rival da Fiat Palio Weekend Adventure. Com detalhes cromados, essa versão off-road tinha a opção de ser equipada com motor 1.0 16v Turbo ou 2.0; Completava a gama da Parati a versão Sportline 1.0 16v Turbo e a Comfortline com motores 1.8 ou 2.0. Em 2003 o motor 1.6 8v ganha a tecnologia Flex, que aliava gasolina e álcool, que ganhava uma retomada no mercado com preços convidativos, chegou primeiramente a motorização 1.6. No ano seguinte os demais motores passaram a ser Flex, também. Em uma parceria com a Track & Field, grife premium em moda esportiva e moda praia, a Volkswagen lançou em 2003 a série especial Parati Track & Field. Disponível com as motorizações 1.6 Total Flex e 2.0 gasolina, a Parati Track & Field tinha como principais destaques o motor flexível, a suspensão elevada em 27 mm, além da inclusão de vários itens que reforçam os aspectos de esportividade da station Volkswagen.


Em Setembro de 2005 era apresentado o "Gol G4", quem sabe um dos maiores erros da linha Gol pela sua involução frente ao G3. Já como linha 2006, o G4 trazia um visual um tanto estranho, mais recortado e com interior mais pobre até mesmo nas versões topo de linha, ganhava o mesmo painel de instrumentos do Fox, que era apertado e de leitura sofrível. A Parati oferecia apenas as versões Plus com motores 1.6 8v e 1.8 8v e Comfortline 1.8. As versões Crossover e o motor 2.0 8v davam adeus a Parati. A Volkswagen lançou a versão TriFlex para a station, que tinha um kit de gás, além do motor Flex, que não fez muito sucesso. Em Dezembro de 2007 a Volkswagen lançava mais uma versão da Parati, a Surf, que ficou bem conhecida. Era oferecida com os motores 1.6 e 1.8. Para ressaltar o seu design externo, a empresa incorporou aos produtos faróis de longo alcance com máscara negra, moldura nas caixas de roda, rodas de liga-leve de 15” na cor Cinza Tom e logotipia exclusiva nas laterais dos veículos.


Sem muitas novidades nos anos seguintes e o interesse por SUVs aumentando, a Volkswagen decidiu deixar a Parati largada no tempo, sem trazer a tão esperada nova geração, a terceira geração do Gol, que chegara em 2008. Outro motivo pela falta de interesse da Volkswagen em lançar a nova geração da Parati foi porque já existia a SpaceFox, a station do Fox que nunca fez o mesmo sucesso da Parati, que sobrevive até hoje. Entre estes motivos, a Volkswagen decidiu deixar a Parati por mais alguns anos no mercado.


Foi que no início de 2013 a Volkswagen decretou o fim da produção da Parati, que não era nem um pouco atraente ao consumidor, que já via com bons olhos, os SUVs Compactos como Ford EcoSport e Renault Duster. Deixou o mercado para a irmã mais nova, a SpaceFox que segue até hoje no mercado, mas o brilho que a Parati tinha, com o famoso slogan: "A Station mais jovem do país", apesar das rugas que ela já tinha. O fim da Parati marca novamente, um futuro erro que a Volkswagen possa ter cometido, de tirar um integrante da família Gol. Foi assim com o Voyage em 1996 e tem tudo para acontecer com a Parati nos próximos anos. Esperamos que, assim como aconteceu com o Voyage, a Parati volte ao mercado um dia.



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