Retrômobilismo#67: Bom voyage! Família do Gol começava a crescer com o Volkswagen Voyage!


Lançado em 1980, o Gol ganharia uma família que nunca pensávamos que ele teria. Trata-se do início de uma jornada que a Volkswagen faria depois de muitos anos, tornando-se referência nos anos seguintes. O Voyage, lançado em Julho de 1981 foi o primeiro deles a chegar. Tinha o visual um pouco diferente do Gol, com novos faróis, grade dianteira diferentes ao irmão mais velho, lançado um ano antes. O três-volumes trazia o inédito motor 1.5 refrigerado a água do Passat, que com carburador simples oferecia 65cv de potência e torque de 11,5kgfm de força, com câmbio manual, fazendo uma média de 148km/h. O Voyage era 27 centímetros maior que o Gol, podendo levar 460 litros no porta-malas, tinha 4,06 metros de comprimento, e era um dos únicos Sedans Compactos/Médios da época com preço mais em conta. Na época existia o Chevette e o Corcel. Em 1983 o Voyage ganhava o motor MD270. Era o 1.6, também do Passat que rendia 81cv de potência e torque de 12,8kgfm com álcool, que trazia modificações como a taxa de compressão mais alta, comando de válvulas e pistões, ignição eletrônica, carburador de corpo duplo entre outros faziam parte do modelo.


Chegava ao mercado junto ao motor, o câmbio 3+E (E de Econômico), com efeito de sobremarcha, uma solução temporária da Volkswagen para reduzir o consumo do Voyage, câmbio no qual era de 4 marchas desde seu lançamento. Em Março de 1983 chegava a opção com carroceria de 4 portas, que assim como a maioria destes modelos, não fez o sucesso esperado pela Volkswagen. A marca alemã não repetia o feito desde o fracasso do 1600 "Zé do Caixão", lançado em 1969. Mesmo com design acertado e com travas para as crianças não abrirem as portas com o veículo em movimento, não fez sucesso e saiu do mercado em 1986, apenas 3 anos depois de ser lançado. Alguns meses depois a Volkswagen lança o câmbio manual de 5 marchas para o Voyage, que tinha escalonamento mais aberto que o oferecido pelo Gol nas suas versões esportivas. Em 1985 o Voyage ainda ganharia a versão Super, que substituía a versão GLS como a topo de linha. Essa versão trazia o motor 1.8 que rendia 94cv e torque de 15,3kgfm no motor movido a álcool e 86cv e torque de 14,6kgfm quando era abastecido com gasolina, tornando o modelo ágil.





Para 1987 o Voyage ganharia seu primeiro face-lift nestes 6 anos de mercado brasileiro. Ganhava uma frente mais baixa que trazia para-choques de plástico na dianteira e na traseira, novos faróis dianteiros, novo retrovisor externo, e detalhes no interior. Com a mudança, a versão GLS voltava ao mercado, deixando a Super na história do modelo. Essa versão trazia bancos Recaro, rodas de alumínio, faróis de neblina, novo volante e conta-giros. Ainda no mesmo ano a Volkswagen do Brasil começava a exportar o nosso Voyage para os Estados Unidos da América com o nome de Fox, com cerca de 2.000 modificações para ser vendido por lá, por ser um mercado mais rigoroso. Voltando ao Brasil, já no ano de 1988, o Voyage recebia um novo painel para as versões GL e GLS do Voyage, no momento as mais caras da gama, com teclas de comando próximas ao volante e instrumentos muito parecidos com o do Santana. As demais versões mantinham os grafismos simples, bem como o painel, mais simplório.


Sem mudanças entre 1989 e 1990, pulamos para 1991 quando a Volkswagen dava mais uma mexida no visual do Voyage, a última antes do modelo sair de cena do mercado. O modelo ganhava novamente uma nova dianteira, ao ostentar novos faróis, mais finos, nova grade dianteira, novas lanternas agora maiores e mais atuais. Retornava ao mercado o Voyage com 4 portas, ausente no mercado desde 1986, ganhava quebra-vento como item de série, assim como o Fox, modelo de exportação. Em 1992 ganhava catalisador para entrar na lei do governo, com as novas normas de emissão de poluentes. Em 1993 surgia o Voyage Sport que trazia rodas de alumínio, lanternas fumês, conta-giros, bancos Recaro com revestimento xadrez e o motor 1.8 do Gol GTS, que rendia 99cv de potência, com câmbio manual de 5 velocidades.


Porém em 1996 a Volkswagen fez um dos maiores erros dos anos 90 no Brasil. Tirou o Voyage de linha, fazendo o modelo perder sua segunda geração, lançada pelo Gol em 1994, pela Parati em 1995 e pela Saveiro em 1996. Segundo a própria marca, os Sedans não era bem vistos na época e não eram tão rentáveis como os modelos hatch, station e picape, abrindo uma brecha no segmento de Sedãs que só seria ocupada pelo Polo Classic em 1997, mas sem sucesso, até porque o modelo não cativava e não tinha o nome de longa data como o Voyage, logo sendo percebido que o modelo não pertencia da família Gol pelo visual diferenciado que ele trazia. Mas depois de 12 anos, a Volkswagen percebeu que tinha percebido ao lançar, ou melhor, relançar o Voyage no mercado em Setembro de 2008, apenas três meses de intervalo sobre a nova geração do Gol, apresentada em Julho daquele mesmo ano.


Totalmente renovado e com muita alegria, o mercado brasileiro voltava a ter o nome Voyage. Por mais de 12 anos de ausência, a Volkswagen já iria lançar um novo sedan derivado do Gol e a Volkswagen estava na dúvida em lançar ele como "Gol Sedan" ou com o nome que fez história sendo o sedan do Gol, que seria Voyage. Confesso que eu, na época fiquei muito eufórico quando a Volkswagen bateu o martelo e colocou o nome Voyage no sedan novamente. Um ar de nostalgia surgia. Em relação ao modelo de 1996, o Voyage atual só tinha o nome. O modelo começou a usar os motores transversais, que substituíram os velhos longitudinais do modelo de 1996, deixando a frente menor, podendo aproveitar mais o espaço interno. Trouxe como itens inéditos, o computador de bordo, configurador de funções, volante multifuncional, com ajuste de altura e profundidade. Voltava a oferecer ABS e Airbag Duplo. Trazia novos motores 1.0 8v VHT que desenvolvia 76/72cv de potência, torque de 10,6/9,7kgfm e o 1.6 8v Flex da família EA-111, rendia 104/101cv de potência e torque de 15,6/15,4kgfm de força, sempre com câmbio manual de 5 marchas.


Em 2009, um ano depois do relançamento, o Voyage trouxe o câmbio I-Motion, um câmbio automatizado que chegava para ser o rival do Dualogic, da Fiat, poderia equipar as versões Trend e Comfortline do Voyage, podendo ser adicionadas ao preço de R$2.500 (média) acima de cada versão. Em 2010 o Voyage trouxe algumas novidades, como indicador de revisão e painel em dois tons na versão Comfortline, a topo de linha do sedan. Em 2011, o Voyage recebeu novos revestimentos dos bancos, calotas e frisos. O Comfortline 1.6 recebia novos frisos cromados nas laterais, novas calotas aro 15" polegadas, luzes de leitura traseira, entre outros. Sensor de estacionamento, rodas de liga leve aro 15, repetidores de setas nos retrovisores quando elétricos, são algumas das opções dessa versão topo de linha.


No dia 18 de Julho de 2012, era lançado o primeiro face-lift da atual família do Gol, que ficou conhecida como Gol G6, apesar de ainda ser um Gol "G3,5". A mudança trouxe como principal novidade, o novo visual de Gol e Voyage, que trouxe o novo padrão visual da Volkswagen, que ganhava novos faróis, lanternas, grade dianteira, capô, para-choque dianteiro e traseiro, lanternas que invadiam a tampa do porta-malas, além de novas calotas e rodas de liga leve, que trouxeram um ar de modernidade ao Voyage, que melhorou em relação ao modelo anterior. No interior, a mudança fica por conta do novo rádio, novo volante multifuncional e revestimento dos bancos, aros cromados da saída do ar condicionado, novo botões do acionamento dos faróis e do ar-condicionado. Entre os itens de série, a Volkswagen equipou o Voyage com trava elétrica central, vidros elétrios dianteiros e abertura interna do porta-malas, são itens de série desde a versão de entrada do novo Voyage, que ganha ainda, desembaçador e limpador do vidro traseiro.


Nestes 21 anos de vida do Voyage (15 da primeira fase e 6 do atual) o modelo já comercializou mais de 1.000.000 de unidades e se tornou um dos carros mais maior sucesso da Volkswagen, além de ter um dos nomes mais fortes do seu segmento, o Voyage se tornou um sucesso de vendas, desde o primeiro modelo até o atual, que já vendeu mais de 500.000 unidades só nesta atual geração. Falando em geração, uma nova está prevista para 2016. quando ele passará por uma renovação completa, mais uma vez, para os amantes do sedan compacto da Volks.


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