Retrômobilismo#66: Ele não é rei, mas tem em seu nome. De quem estou falando? Ford Del Rey!


Como se esquecer de uns dos clássicos dos anos 80? Lançado em Junho de 1981, o Ford Del Rey era um grandioso exemplo de carro espaçoso e luxuoso, algo que a Ford sabia vem fazer vendo modelos como o Galaxie/Landau e as versões topo de linha de Corcel e Maverick. Lançado como um sedan médio, o Del Rey era lançado com base no Corcel II, com um visual que agrava boa parte do público e cativava pelo enorme porta-malas, algo inexistente tanto em Corcel como em Maverick, que tinham porta-malas menores que o Del Rey. O sedan era oferecido em duas versões de acabamento, sendo a Prata a mais básica e a Ouro a topo de linha, que trazia entre alguns detalhes, os cromados pela carroceria. Na época do seu lançamento, o Del Rey tinha o painel mais bem completo do mercado brasileiro.


 O Del Rey era um carro voltado para o conforto, diferente de Corcel e Maverick, que tinham versões esportivas. O Del Rey encantava os consumidores por itens como ar-condicionado, controles elétricos de vidros e travas, teto solar, com rodar suave e para viagens era um carro tranquilo, com espaço interno bom para os padrões da época, mas não a ponto de atender aos antigos compradores de carros grandes. Primeiramente lançado na versão com 4 portas, o Del Rey chegava ao mercado em 1982 com versão de duas portas, aumentando o leque de opções, trazia as mesmas grandes (e pesadas) portas. Tinha motor 1.6 a gasolina que desenvolvia 90cv de potência com torque de 11,0kgfm de força acoplado a um câmbio manual de 5 marchas. Em 1983 o Del Rey ganhava o motor a álcool, o mesmo 1.6 que chegava apenas na versão Ouro. Outra novidade que chegava ao mercado no mesmo ano era o câmbio automático com controle eletrônico, tornando-se o primeiro câmbio desse tipo.


Em 1984 ganhava o motor 1.6 CHT, com câmera de alta turbulência, com queima mais eficiente de combustível. Em 1985 o Del Rey ganhava sua única mudança no visual. O face-lift do sedan ficava por conta da nova dianteira com os faróis muito parecidos com o do Corcel, nova grade dianteira, agora com três barras e na cor da carroceria, novo para-choque dianteiro e traseiro e lanternas com com âmbar, item que passou a ser obrigatório no Brasil. No ano seguinte aparecia a opção de direção assistida hidráulica para o Del Rey, conforto há muito tempo solicitado pelos clientes. Os anos iam passando e as linhas do Del Rey iam ficando cansadas no mercado, mesmo tendo mudado pouco em 1985 e após o fim do Corcel em 1986 e o início da AutoLatina, a Ford precisou se mexer para não deixar o Del Rey perder mercado. Em 1987 ele ganhava a despojada versão L, que servia como versão de entrada.


Como os anos iam passando, a Ford decidiu colocar o motor AP 1.8 no Del Rey em 1989, tinha comando de válvulas no cabeçote, o mesmo que equipava todos os carros de tração dianteira da linha Volkswagen. Esse motor tinha potência de 94cv de potência e torque de 15,3kgfm de força, com câmbio manual de 5 marchas ajudava o Del Rey a ter mais ânimo, o que acabou ajudando o modelo a se manter vivo no mercado, mesmo com o fim cada vez mais próximo. Tornou-se mais ágil, ganhando em aceleração e velocidade máxima, um dos quesitos que, durante toda sua existência, faltavam à linha Corcel e também faltou desde o início ao Del Rey. Não que o motor originário da Renault fosse ruim, muito pelo contrário, era robusto, econômico e de manutenção simples, mas sempre inadequado ao peso do carro e já um tanto envelhecido.


Apesar de aumentar a litragem do motor, o modelo quase não tinha alteração no consumo, o que era bom. Juntamente ao novo motor, o Del Rey ganhava uma suspensão recalibrada para maior firmeza, recebendo molas traseiras progressivas, que evitavam seu afundamento excessivo com carga. Apesar das linhas estarem cada vez mais cansadas, o Del Rey manteve seus maiores predicados, de ser um carro confortável, silencioso, bem equipado e acabado. Mesmo assim, as principais mudanças, tão pedidas pelos consumidores chegavam tarde demais a linha do Del Rey, que via nos próximos dois anos, o seu sucessor: o Versailles, fruto da parceria com a AutoLatina, era nada mais nada menos que um Volkswagen Santana com traços da Ford.


Sem mudanças importantes nos anos seguintes, o Del Rey saía de linha no mercado em 1991, com exatos dez anos do mercado, abria espaço ao Versailles, um projeto mais moderno, mais bonito e com os padrões visuais presentes nos anos 90, mas sem trazer o mesmo requinte e conforto do Del Rey, não fez muito sucesso e sempre foi um carro "esquecido", apesar de suas belas curvas. Nestes 10 anos de mercado, foram fabricadas 297.275 unidades do Del Rey, muito menos que o Corcel vendeu (cerca de 1.400.000 de unidades), mas mesmo assim marcou o mercado com seu conforto e luxo. Deixou saudades por ser um carro confortável na cidade e na estrada, mostrava-se econômico e durável com um ótimo acabamento. No mercado, ele impôs algumas tecnologias, a grande parte deles para benefício do conforto.


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