Retrômobilismo#48: Ford Maverick, enfim um rival a altura para peitar o Opala, com alma americana!


Como esquecer do belo Maverick, último lançamento do bombado ano de 1973. Lançado em Setembro de 1973, o Maverick chegou com todo aspecto de carro americano e com pinta que iria dar muito trabalho ao Opala, seu maior (e eterno) rival. A Ford precisava de um carro atual, que completasse a lacuna que ficava entre o Corcel e o Galaxie. Na verdade, nem era para o Maverick estar no Brasil. Isso porque em 1970, alguns potenciais compradores foram selecionados para uma "clínica" de escolha de carros, entre eles estava presente o Maverick e o Taunus, um médio europeu. Como nós já tínhamso certa preferência por europeus, é claro que deu Taunus, mas por diversos problemas o Maverick entrou em seu lugar. Apresentado no Salão do Automóvel de 1972, seu lançamento oficial foi quase 1 ano depois, nas versões Super, Super Luxo e GT. O primeiro a chegar ao Brasil foi o coupé, que o deixava ideal para a versão GT, que tinha um visual nervoso e encantador.


Trazia um ar de novidade ao ter câmbio manual de 4 velocidades, onde a maioria era equipado com apenas 3 marchas, tinha engates duros e imprecisos. Além de 3 versões, o Maverick estava disponível em 2 tipos de motorização. A primeira delas era o 3.0 com 6 cilindros em linha que rendia 112cv de potência e torque de 22,6kgfm de força e cerca de 90cv brutos. Ia de 0 à 100km/h em 20 segundos e velocidade máxima de 150km/h. Tinha desempenho modesto para um carro com 1.340kg de peso, mas não decepcionava. Para a versão GT, o Maverick disponibilizava o motor 5.0 V8 fabricado no Canadá rendia 197cv de potência e torque de 39,5 brutos (líquidos, 135cv), que dava vida ao Maverick. Tinha velocidade máxima de 180km/h e 0 à 100km/h em 11 segundos, muito mais rápido que o 6 em linha. O GT trazia como diferencial, faróis auxiliares, travas externas no capô, conta-giros, console central com relógio, bancos dianteiros individuais com assento mais baixo entre outros. Manchou sua história os problemas crônicos do primeiro GT, como motor superaquecido, fácil travamento do freio entre outros.


Mas foi em 1974 que chegou a opção maior, a versão 4 portas que chegava com entre-eixos maior, que aumentava de 2,61m do coupé para 2,79m de entre-eixos do sedan para melhorar o espaço das pernas. Também tinha a opção automática de 3 velocidades. Mesmo assim a versão 4 portas era estranha no ninho, já que a grande preferência era para carros de duas portas. Ainda em 1974 chegava a primeira crise do petróleo no Brasil e a Ford precisou se mexer para deixar o Maverick mais econômico, tanto na 6 cilindros como no V8, que ficaram famosos por serem "beberrões". Foi então que em 1975 a marca do oval azulado lançava o motor mais manso, o 2.3 que tinha comando de válvulas no cabeçote e fluxo cruzado de gases, tinha desempenho melhor que o seis cilindros. Tinha 99cv de potência e torque de 16,9kgfm de força brutos, com velocidade máxima de 155km/h e 0 à 100km/h em 17 segundos. Mesmo assim não convenceu o público. Além do motor o Maverick 75 trazia freios a disco dianteiros com novas pinças, suspensão dianteira revista, nova caixa de direção, bancos individuais para todas versões e câmbio no assoalho.


Sem nenhuma mudança em 1976, em 1977 a Ford mexia um pouco mais no Maverick. As novidades ficavam por conta de suspensões, freios, grade, bancos e lanternas eram novos. Ganhava pneus radiais, câmbio automático e ar-condicionado passava a ser opção para todas as versões do "Maveco". Ganhava a versão topo de linha LDO, que trazia como diferencial painel imitando madeira e revestimento mais caprichado. O GT ganhava duas entradas de ar falsas, oriundas do Maverick 71 americano. Mesmo assim essas mudanças não surtiram tantos efeitos nas vendas do Maverick que continuaria por pouco mais de 2 anos no mercado, não teve a mesma sorte do Chevrolet Opala, que vendeu bem em praticamente todos os anos de mercado.


Em 1978 era apresentado o Corcel II que acabaria canibalizando as vendas do Maverick, que era uma opção mais barata, mais econômica mas não tinha o mesmo apelo visual do Maverick foi derradeiro para sua vida no nosso mercado. A Ford até estudou trazer uma versão atualizada do Maverick com nova frente com novos faróis retangulares, traseira com lanternas maiores e visual mais retilíneo, mas o projeto acabou indo por água abaixo por questões de custo e visto que as vendas não iriam melhorar tanto, até porque a Ford trabalhou bastante para melhorar o Maverick e em nenhuma delas o modelo teve um "boom" nas vendas.


Visto que não dava mais para o Maverick no Brasil, a Ford então decidiu tirar o modelo de linha em 1979 depois de 108.106 unidades produzidas. Destas, 10.573 eram do GT, 85.654 unidades do coupé e cerca de 11.879 unidades eram do 4 portas. Além disso, algumas unidades do 4 portas foram transformadas em peruas, uma maneira de mostrar para a Ford que o Maverick poderia ter uma variante perua, mas a marca nunca se interessou, até porque já tinha a Belina, apesar de ser uma proposta bem menor e inferior. Se tivesse existido, a Caravan poderia ter também, uma rivais a mesma altura que o Opala teve. Até hoje o Maverick tem fã-clube espalhado pelo Brasil, assim como seu eterno rival. Por falar em rivalidade, algumas brigas já foram geradas para saber qual era o melhor: Maverick ou Opala...


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