Retrômobilismo#47: O nome da nova capital do Brasil foi inspiração para o Volkswagen Brasília!


O sonho que se tornou realidade. Assim surgia a Brasília no Brasil, em Junho de 1973. Sonho de Rudolph Leiding, até então presidente da Volkswagen do Brasil deu muito certo no mercado. Criado para suceder o Fusca no Brasil, o Brasília foi feito "as pressas" para chegar praticamente junto ao Chevrolet Chevette no mercado e acompanhar à outros modelos como Ford Corcel e Dodge 1800, modelos que eram novos no mercado em 1973. Segundo Rudolph, o carro deveria ser prático e robusto, assim como o Fusca era. Ficou conhecido no mercado como mini-Variant, porque tinha traços de uma minivan, algo que ficaria ainda em maior evidência em 1978, quando a Variant se tornaria uma "Grand Brasília".


Com ampla área envidraçada, o consumidor logo aceitou muito bem o Brasília no mercado, apesar do Fusca ainda continuar reinando, o Brasília também fez um grandioso sucesso de vendas e que quase chegou a alcançar o Fusca no mercado. Durante seu lançamento, o diretor de vendas da VW afirmou que a maior concorrência vinha da Chevrolet: "Ninguém sabe como nós trabalhamos para fazer coincidir seu lançamento com o do Chevette". De fato, foi estranho ver dois grandes lançamentos quase que lançados juntos, sem falar que o ano de 1973 foi de longe, o melhor da década de 70, pois nesse ano estrearam Dodge 1800, Chevrolet Chevette, Volkswagen Brasília e Ford Maverick. O Brasília media 4,01m de comprimento, mas a distância entre-eixos era a mesma de toda a linha. Seguia a tendência européia de carros urbanos, fácil de manobrar e ágeis no trânsito.


Apesar de parecer como uma "perua" (fato onde muitos o chamam de "a" Brasília, formou como uma estratégia comercial da VW), a Volkswagen o classificava como hatchback, e por isso o estranho som "o Brasília" que você já deve ter percebido no texto. Seu compartimento de carga seguia a mesma tendência de Variant, TL entre outros, com porta-malas na frente e com espaço para mais bagagens atrás, acima do compartimento do motor, mas se tornava perigoso em caso de freadas bruscas ou acidentes, pois as bagagens poderiam vir com tudo em uma freada causando graves riscos aos passageiros. Assim como o Fusca, o Brasília tinha interior bem simplório, com velocímetro, marcador de nível de combustível e opcionalmente poderia ser equipado com relógio. Os bancos tinham um desenho simples e o Brasília chegou como opção um pouco mais cara ao Fusca, mas a intenção era substituí-lo paulatinamente, mas ambos acabaram ficando em linha.


O motor do Brasília era o mesmo 1600 dos demais modelos refrigerados a ar, o 1.6 com 60cv de potência com tração traseira e fazia média de 14km/l. Fazia de 0 à 100km/h em 23 segundos com velocidade máxima de 132km/h. Como o motor era atrás, permitia a todos os VWs a terem um capacidade que outros não tinham, que fazia milagres em terrenos fora de estrada, subidas escorregadias, tendo muita aderência e tração. O Brasília não tinha nada herdado do Fusca, onde sua plataforma era mais larga, bem como suas bitolas o que lhe dava um comportamento melhor que o Fusca, por exemplo. Tinha também a barra compensadora traseira que, por sua ação oposta à da barra estabilizadora tradicional, diminuía a saída de traseira. Em 1976 chegava a primeira mudança no Brasília, o motor 1600 passava de 60cv para 65cv de potência, melhorando a velocidade máxima e o consumo, graças ao duplo carburador.


Tendo em vista a chegada do Fiat 147 em 1976, a Volkswagen trouxe em 1977 mais mudanças ao Brasília, como porta-luvas com tampa, painel com acabamento imitando madeira e novo desenho no estofamento. Os freios passaram a ter duplo circuito (um dianteiro e outro traseiro). Com a crise no petróleo, a VW colocou um acelerador de duplo estágio (era bom para gerar dormência e câimbras no pé direito, de tão duro...), mas que diminuía o consumo. Em 1978 o Brasília ganharia mais mudanças visuais, tais como novas lanternas frisadas, novo capô com ressaltos, novo para-choque dianteiro e traseiro de plástico. No interior a novidade ficava por conta de acionador da buzina e o bem-vindo desembaçador elétrico opcional do vidro traseiro. Não tinha mais os frisos finos que ladeavam o emblema VW dianteiro. Ainda em 1978, mais precisamente em Agosto chegava a opção 4 portas do Brasília, já sendo fabricado aqui mas como modelo de exportação. O tamanho não mudava, e deixava o visual mais moderno e um tanto estranho, até porque nem um Brasília lembrava...


Em 1980 chegava a versão LS ao Brasília, como versão topo de linha, trazia itens inéditos como novo painel em plástico injetado e com mais instrumentos, com um relógio, velocímetro com hodômetros total e parcial, marcador de combustível e vacuômetro, que ajudava a diminuir o consumo e velocidade máxima de 80km/h em rodovias. A LS também ganhava bancos mais anatômicos e traziam encosto de cabeça, e vinha até com descansa braço. O motor trazia novidades para diminuir o ruído de filtrantes, tentativa da Volks de diminuir o ruído de aspiração. Ganhava a opção de motor a álcool, com motor 1.3  e potência líquida de 49cv. Mesmo com a maior taxa de compressão admitida pelo combustível, o desempenho era ligeiramente inferior ao do 1600 movido a gasolina. Ainda em 1980 a Volkswagen lançava o Gol, modelo moderno mas com motor anêmico. A partir de 1981 com motor 1.6, começou a canibalizar as vendas do Brasília.


Sendo assim, com vendas cada vez menores graças ao Gol que a Brasília saía de linha em 1982, depois de emplacar o número de 950.916 unidades comercializadas, um dos maiores sucessos da Volkswagen do Brasil, atrás apenas da família Gol e do Fusca, estes sim, sucessos absolutos de vendas, além claro do Passat. Mas é certo dizer que foram mais de 1.000.000 de unidades produzidas contando aquelas que foram exportadas, inclusive para o México, de onde participou do seriado "Chavo del Ocho", para nós Chaves, como o carro do Sr. Barriga. Como não se esquecer daquele episódio? Além do México, o modelo foi vendido em quase todos os países do América do Sul e foi até para a África. Foi com certeza um grande sucesso de vendas da Volkswagen que na tentativa de substituir o insubstituível Fusca, acabou abrindo espaço para outro grande sucesso.


Fonte: Best Cars

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