Retrômobilismo#46: O "júnior" da Chevrolet, Chevette foi o "boom" da Chevrolet no mercado!


Lançado em Abril de 1973, o Chevette chegava ao Brasil e teria uma carreira promissora. O primeiro popular da Chevrolet era basicamente o mesmo Opel Kadett europeu e fez muito sucesso no país. Aliás, hoje o Chevette é um carro muito bem lembrado por muitos entusiastas. Fruto do "projeto 909", o Chevette chegou ao país com a missão de ser o Chevrolet mais em conta do Brasil, onde o projeto teve investimento de R$102.000.0000. Tinha motor 1.4 que rendia 68cv de potência bruta e torque de 9,8kgfm de força, com câmbio manual de 4 velocidades, vinha com comando de válvulas no cabeçote. Entre os destaques do Chevette estava a boa estabilidade, a condução prazerosa para a época, boas trocas de marchas entre outros.


Assim como os atuais modelos, trazia novidades como pisca-alerta, além de uma boa engenharia e coisas práticas, como a abertura do tanque de combustível, disfarçado na coluna traseira. Tinha suspensão bem calibrada para nossas ruas más pavimentadas e a tração traseira garantia alguma diversão. Com 4,12m de comprimento, o Chevette não era nenhum Opala referente à espaço, mas levava com conforto os ocupantes da frente, e um certo desconforto para pessoas mais altas na traseira. Em 1975, depois de completar suas primeiras 100.000 unidades comercializadas, o Chevette ganhava a versão GP que vinha de Grand Prix. Tinha faixas pretas pelo carro, tinha faróis de neblinas e novas rodas entre as diferenças das versões normais. Em 1976 o Chevette ganhava pequenas mudanças como moldura dos faróis cromados e novas entradas de ar no painel. Nos meses seguintes a Chevrolet alcançava a marca de 200.000 modelos produzidos.


Em Janeiro de 1977 era apresentada o GP II que vinha com consumo 20% menor em relação ao GP e tinha comando de válvulas com distribuidor e carburador com melhorias. Em 1978 vinha a primeira reestilização do Chevette, que mudaria principalmente a frente, o desenho da grade dividida em dois retângulos foi baseado nos antigos modelos da "Pontiac". Já em 1979 chegaria aquela versão que seria um dos maiores fiascos da história do Chevette, a versão de 4 portas. O comprimento e o espaço interno permaneciam inalterados, e fez mais sucessos nos países da América do Sul que no próprio Brasil. No mesmo ano chegava a série especial Jeans que tinha forração do interior como a dos bancos e das portas no cor do "brim azul", que também tinha logotipos no carro com a mesma coloração.


Em Fevereiro de 1980 a Chevrolet comemorava a produção nº 500.000 do Chevette, que já tinha se tornado um dos carros mais vendidos do Brasil, atrás apenas do absoluto Volkswagen Fusca. Ainda em 1980, mais algumas mudanças chegariam ao Chevette. Tratava-se dos novos faróis que ao invés de serem redondos como eram desde 1973, passaram a ser quadrados, além de lanternas maiores com novos para-choques dianteiro e traseiro. Além de mudanças visuais chegava ao mercado o Chevette 1.4 movido a álcool que vinha com ignição eletrônica. Finalizando o ano de 1980 chegava outra série especial, a Ouro Preto, que vinha com carroceria dourada com faixas pretas ou na cor preta e com faixas douradas.


Depois de alguns anos sem grandes novidades, no final de 1982 a Chevrolet oferecia como opcional, o câmbio manual de 5 velocidades, que se tornaria sucesso apenas nos anos seguintes. No ano seguinte a Chevrolet daria a última mudança visual do Chevette e quem sabe a mais brusca. Com clara inspiração no Monza, o Chevette ganhava  faróis retangulares, grade única com frisos horizontais, capô em cunha e mais inclinado, além de lanternas traseiras maiores e retangulares e quebra-vento. No interior as mudanças ficavam por conta do painel, que ganhava mudanças. A motorização também ganhava melhorias, e chegava o motor 1.6 tanto em gasolina como em álcool, usava carburador simples, substituiu em toda a linha o 1.4, que seguia sendo fabricado apenas para os modelos de importação. A mudança um pouco mais brusca rendeu ao Chevette seus melhores resultados de vendas nos anos seguintes, em especial o ano de 1983, um dos seus recordes de vendas.


Em 1985 a Chevrolet comemorava a marca de 100.000 unidades exportadas e o Chevette no Brasil ganhava a opção de câmbio automático de 3 velocidades, que se expandia para a station Marajó. O automático não fez sucesso e saiu de cena em 1990, com apenas 5 anos de mercado. Em 1987 chegava o face-lift leve, que mudaria apenas o para-choque dianteiro e traseiro, além de uma nova grade e lanternas maiores. Junto da mudança era lançada a opção de acabamento SE, mais luxuosa e com painel mais completo, incluindo luzes para controle de consumo. Em Março de 1987 a Chevrolet comemorava a marca de 1.000.000 de Chevettes produzidos, entrando para o "hall da fama" do nosso mercado. Como já não ganharia mais mudanças visuais, o Chevette ganhava aprimoramentos no motor 1.6 em 1988, que passava a ser chamado de 1.6/S, com carburador duplo e novo coletor de admissão melhorou o motor que passava de 73cv para 81cv de potência. A versão SE passava a ser chamada de SL/E.


Ficando cada vez mais velho perante seus rivais, o Chevette chegava a ter apenas uma versão em 1991 a DL. Em 1992 ganhava catalizador para atender às normas de emissão de poluentes e em Março do mesmo ano ganhava outra versão que se tornaria mico de vendas. A Júnior que tinha acabamento simples e ganhava o motor 1.0 de fracos 50cv de potência e sairia de linha no final do mesmo ano depois do fracasso dessa versão. Em 1993 o governo colocava normas para o "carro popular", fato que beneficiou a volta do Fusca e de versões mais simples e mais fracas de seus rivais como Volkswagen Gol, Ford Escort e Fiat Uno. A Chevrolet então colocou o Chevette 1.6 nessas normas, mas já era tarde demais. Ainda assim a versão L era a única e última versão do modelo que sairia de linha em 12 de Novembro de 1993, abrindo espaço ao Corsa, que chegaria pouquíssimo tempo depois, em Janeiro de 1994!


Assim encerrava-se o ciclo do Chevette no nosso mercado depois de 20 anos de produção e muito sucesso nas vendas. Estima-se que 1.120.738 unidades tenham sido fabricadas do Chevette e Chevette Hatch (que você verá ainda no Retrômobilismo) foram comercializadas, de maior produção, claro, do Chevette "Sedan". A última versão produzida (L) teve uma unidade guardada para o futuro museu da marca. Duráveis e robustos, diversos exemplares do Chevette resistem ao tempo e com certeza deverão rodar muito pelo país, mesmo estando em bom ou mal estado, por ser um carro íntegro, robusto e simples, com a mesma fórmula de sucesso do Fusca, podemos dizer assim...


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