Retrômobilismo#41: Passaporte carimbado para o sucesso; Puma GTE virou sonho de consumo!


No ano de 1970, o mercado brasileiro recebia aquele que seria o nosso primeiro grande sucesso no exterior (e um dos únicos). Oriundo do Brasil, o Puma GTE era a evolução do GT, comercializado entre 1967 à 1970. O GTE tinha visual que lembrava muito o antecessor, e marcou o deslanche da Puma não só no Brasil como no mundo. Se tivesse uma competição onde o melhor esportivo nacional, o GTE ganharia facilmente graças a sua história. Com uma marca que tinha sido fundada em 1966, o GTE não tinha chances de muito sucesso, mas aconteceu justamente o contrário. Com pouco tempo da indústria brasileira e da Puma, não existia grandes possibilidades do GTE virar um sucesso de vendas, muito menos de virar um sonho de consumo. Ao decorrer dos seus 10 anos de vida, o GTE ficou na cabeça de muitos brasileiros e de muitos "gringos". Algumas unidades produzidas no Brasil, foram importadas para países nada mais, nada menos que EUA, Canadá, África do Sul, Austrália e boa parte da Europa.


Com carroceria toda de fibra de vidro, o GTE não tinha um motor potente, e tinha boa parte da mecânica Volkswagen, pois utilizava chassi (usava plataforma encurtada do Karmann-Ghia), suspensão e motor da marca alemã. O motor era o boxer refrigerado a ar, posicionado na traseira, de quatro cilindros 1600. O entre-eixos foi reduzido em relação ao GT para apenas 2,15 metros, o que lhe dava uma grande agilidade em curvas. A primeira "fase" do GTE também recebeu um carinhoso apelido de Tubarão, por causa das entradas de ar para o motor que ficaram realmente muito parecidas com as guelras do animal marítimo. Em 1971 chegava o "GTE Conversível", que ganharia o nome de GTS, onde o "S" vinha de Spider (Esta capota, de vedação precária, foi motivo de muitas críticas por parte dos proprietários. Quando chovia era difícil dizer se havia mais água fora ou dentro e quando andava numa velocidade maior, fazia muito barulho de vento nas vedações).


Muito se fala no "E" do GTE, já que uns falam em "Europa" (!) e outros em "Exportação", mas ninguém nunca soube o real significado daquele "E" no final do nome do GTE. A carroceria do veículo não mudava muito para a de seu antecessor, o GT, mas é claro que a Puma aproveitou para realizar algumas mudanças, aproveitando o início deste "novo" projeto. Assim que o projeto começou a ser desenvolvido os profissionais que trabalhavam no projeto do GTE se referiam a ele apenas como "P3". Em 1973 o GTE ganhava as primeiras mudanças como um capô (na traseira, pois o motor ficava atrás) mais alongado, para facilitar a manutenção, vidro traseiro menor, novo painel. Mudanças que passaram despercebidas por quase todos os consumidores da época.


Em 1976, mais mudanças chegavam ao GTE, onde essa sim, poderia ser considerada a "nova geração" do esportivo nacional, já que era muito mais raro um carro ganhar uma nova geração naquela época. Nessa mudança o GTE ganhava chassi de Brasília, que deixou o pequeno felino mais largo, um inédito vidro lateral que aumentava (e muito) a visibilidade do GTE (aposentava as guelras de tubarão) e a carroceria ganhava linhas mais retas, que deixava o visual oriundo do GT de lado. O motor era o mesmo 1.6 refrigerado a ar que rendia 70cv de potência e torque de 12,3kgfm de força, com câmbio manual de 4 velocidades. Esse motor levava o GTE a uma velocidade máxima de 155km/h. O GTE além do motor 1600 também poderia ter motores de cilindradas maior equipado opcionalmente, sendo eles o 1.7 e até 2.1 que melhorava muito seu desempenho, pois se tratava de um carro muito leve.


O GTE tinha apelo jovem, pois suas cores eram bem chamativas: verde-limão, amarelo e vermelho eram apenas uma das cores mais chamativas do GTE, que o deixavam com apelo ainda mais esportivo. Assim o GTE seguia firme e forte até se encerrar sua produção em 1980, se tornando o Puma que mais tempo em linha ficou (10 anos), entre 1970 à 1980 foram comercializados 8.806 unidades do GTE, sendo que a segunda fase foi a principal para o modelo se firmar como o principal destaque da Puma, não só aqui no Brasil, como nos países citados. Além do GTE, outras 223 unidades foram do Spider, que somadas dão o resultado final de 9.029 unidades. Assim se encerrava a história do nosso "Puminha" de dois lugares. Seu passaporte foi carimbado em vários lugares, mas foi no Brasil que o nosso famoso GTE fez sucesso. Que saudades...


Fonte: Best Cars, Puma Classic e Salão do Carro

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