Retrômobilismo#33: Lenda viva até hoje, Chevrolet Opala tem fã-clube e saudades dos "seis-canecos"!


É bem difícil encontrar um carro que foi lançado na década de 60 que ainda tem fãs. É o caso do Chevrolet Opala. Fruto do projeto 676 era baseado no Opel Rekord mas com a frente a traseira redesenhados. O Opala foi lançado em Dezembro de 1968 e também estava ao lado do Ford Corcel no VI Salão do Automóvel. O Opala era o primeiro automóvel da Chevrolet no Brasil que logo ganharia Chevette, Monza entre tantos outros sucessos. O stand da Chevrolet no Salão do Automóvel tinha como destaque o Opala num palco giratório. Assim como muitos modelos da Chevrolet, o nome Opala vem de um pedra preciosa, assim como Zafira, Onix entre outros. Primeiramente chegava o sedan de 4 portas com versões Especial e Luxo. O conjunto tinha faróis redondos, envolvidos pela grade horizontal. Levava até 6 pessoas, com bancos inteiriços e o câmbio ficava na coluna de direção e com o simples painel do sedan.


Fabricado em São Caetano do Sul, estado de São Paulo tinha dois tipos de motorizações. A versão Especial era equipada com motor 2.5 de 4 cilindros que rende 80cv de potência a 3.800rpm com um torque de 18kgfm de força. Já a versão luxo vinha com motor 3.8 6 cilindros em linha que rendia 125cv de potência à 4.000rpm com torque de 26,2kgfm de força, sempre com câmbio manual de 3 velocidades. O 6 cilindros ia de 0 à 100km/h em 13 segundos e atingia a velocidade máxima de 165km/h, o que era um bom desempenho para a época. Tinha motor com bloco e cabeçote em ferro fundido com comando de válvulas no bloco e acionamento de válvulas por vareta e balancins era o "carro certo" como dizia a propaganda da Chevrolet. Tinha tração traseira e suspensão independente e com molas helicoidais. Em Junho de 1970 a Chevrolet lançava a sigla mais importante da linha Opala. Era lançado o Opala SS que vinha com faixas pretas no capô, laterais e na traseira e rodas esportivas que vinha com motor 4.1 6 cilindros que era o mesmo 3.8 6 cilindros mas com aumento de curso dos pistões. Desenvolvia 140cv de potência e um torque de 29kgfm de força e com câmbio manual de 4 velocidades.


A versão SS contava com novidades como estabilizador traseiro, diferencial autobloqueante, freios dianteiros a disco e pneus aptos a maiores velocidades. Na linha 71 a Chevrolet dava um leve tapa no visual do Opala que mudava a grade dianteira e ganhava a versão Gran Luxo de 4 portas se tornava a versão topo de linha do Opala. Em Setembro de 1971 era lançado o Opala Coupé, um fastback que não tinha coluna central e sem moldura das janelas. O motor 4.1 6c substituía de vez o 3.8 6c. Em 1972 o Opala ganhava trava de direção e tampa do bocal do tanque com chave. Em 1973 o Opala ganhava mais mudanças com nova grade, faróis, piscas, lanternas traseiras cromada (a versão SS continua com a mesma traseira), para-choque dianteiro. No interior ele ganhava novos bancos agora individuais e ar-condicionado era opcional. As versões que vinham com motor 6c ganhavam freios a disco com servo-freio de série, e mudava painel e volante.


Já em 1974 o Opala ganhava um upgrade no motor 2.5 de 4 cilindros que passava a render 94cv de potência que ganhava 14cv de potência e ficava mais econômico, com torque que permanecia os mesmos 18kgfm de força. Nessa mesma mudança o Opala ganhava aprimoramentos na suspensão dianteira e a versão Especial ganhava o mesmo painel do Luxo e do GL. O Opala SS ganhava nova opção de motorização, o 2.5 S de 4 cilindros que era o mesmo das demais versões mas rendia 98cv de potência e 19,8kgfm de força. Em 1975 a bonita história do Opala ganhava mais uma mudança visual, a mais importante até então. Ganhava cromados na dianteira que envolviam os faróis e novas lanternas traseiras que agora eram duas de cada lado. O capô abria pelo lado universal e não mais de trás pra frente por questão de segurança e ganhava a versão Comodoro que se destacava pelo seu acabamento superior e um teto de vinil, inspirado no "conceito" Opala Las Vegas que vinha com pneus mais largos. A versão Especial passava a se chamar apenas Opala.


A versão SS ganhava 8cv de potência e subia para 148cv graças ao carburador de corpo duplo e passava a ter sistema de arrefecimento selado. A suspensão dianteira passava por mais um modificação e era aportada. A linha 76 trazia taxa de compressão maior, acabamento monocromático na coloração preta ou marrom, com opção de vir com bancos individuais reclináveis. O Comodoro vinha com teto de vinil e com câmbio automático com alavanca no console central. Já em 1976 o Opala SS ganhava motor 4.1 S 6c que passava a render 171cv de potência (brutos) e a 153cv (líquidos) que o levava de 0 à 100km/h em 10 segundos e a velocidade máxima de 200km/h. Em 1977 vinha com câmbio em sobremarcha onde a 3º era ligada diretamente à 4º marcha e ficava 14% mais longa. Depois só viriam mudanças em 1979 quando o Opala trazia novo carburador de corpo duplo em dois estágios, tanque de combustível maior que chegava a 65 litros, freio de estacionamento com alavanca entre os bancos. Também era lançado o Diplomata que era a nova versão topo de linha e tinha como diferencial o interior aveludado, console em vinil, ar-condicionado, rodas de alumínio e acabamento prateado nos faróis. As versões SS passavam a ter retrovisores esportivos.


No ano seguinte mais uma reestilização no Opala. O sedan ganhava novos faróis, grade, para-choque dianteiro e traseiro, lanternas, capô, tampa do porta-malas como novidades, sendo a maior mudança do Opala em sua carreira. A versão SS não tinha mais cromados e passava a ter um visual mais esportivo com detalhes em preto. A suspensão passava por recalibragem nas molas, amortecedores e buchas silenciosas, além do estabilizador mais grosso e novas rodas no SS e no Comodoro. Em 1980 também chegava o motor a álcool, era o 2.5 de 4 cilindros que rendia 98cv (4cv a mais que o a gasolina) e torque maior, de 20,1kgfm. O Diplomata ganhava toca-fitas, antena elétrica, rodas de alumínio e direção assistida de série. Em 1981 ganhava novo painel que tinha linhas retilíneas e com 3 instrumentos. Em 1982 ganhava a série especial Silver Star. Os motores a álcool passavam a ter ignição eletrônica e um tanque de combustível ainda maior, agora com 84 litros que "invadia" um pouco o espaço do porta-malas. A linha 83 já vinha com câmbio manual de 5 velocidades para o 2.5.


Somente em 1984 o Opala 4.1 (era o 4.1 normal, o S só a gasolina) a álcool chegava ao mercado que rendia 118cv de potência e um torque de 30,1kgfm. No ano seguinte mais mudanças visuais, dessa vez mais sutis. Ganhava novo para-choque dianteiro e traseiro, as lanternas traseiras ganhavam 3 colorações para cada função (âmbar), maçanetas embutidas e novo retrovisor. O Diplomata ganhava as mesmas mudanças, mas também trazia molduras laterais e novos faróis. O interior ganhava novo grafismo e bancos com encosto de cabeça separados. Ganhava vidros e travas elétricos. Cada vez mais velho (apesar das quase frequentes mudanças) e com rivais cada vez mais novos, o Opala precisava de mudanças quase que constantes. Já em 1988 ele passava por uma reformulação na dianteira, traseira e interior que o manteriam até sair de linha. As mudanças de 1988 contavam com novos faróis, lanternas que se interligavam, ocupando toda a traseira, e novo interior que tinham pequenas mudanças como novo volante e grafismo do quadro de instrumentos.


As versões eram renomeadas. Agora eram: Opala L, Comodoro SL/E e Diplomata SE. Alguns meses depois a versão 6c ganhava câmbio automático da empresa alemã ZF, similar aos usados em Jaguar e BMW que tinha no exterior. Junto com o câmbio o Opala ganhava mudanças como o cardã que passava a ser bipartido, amortecedores pressurizados, estabilizador eletrônico e buchas da suspensão eram revistos. Em 1989 saía de linha a carroceria Coupé, ficando apenas o sedan 4 portas. Em 1990 o Opala adotava lanternas fumês e novo tanque de combustível que agora tinha 91 litros. Em Agosto de 1990 o Opala 4.1 6c passava a ter 141cv de potência e o álcool subia para 121cv. Em 1991 ganhava as últimas mudanças, os novos para-choques dianteiros e traseiros, assim como nova grade, perda do quebra-vento e novos retrovisores. O interior mudava o volante, novos painéis das portas e revestimento do teto.  


Tinha freios a disco nas 4 rodas, o único nacional a vir nas 4 rodas por sinal, e direção assistida Servotronic e bateria selada. Mas o fim do Opala se dava no dia 16 de Abril de 1992, pouco tempo depois de chegar a marca de 1.000.000 de unidades comercializadas. Para se despedir, a Chevrolet lançou a série Diplomata Collector (foto abaixo), onde foram produzidas entre 150 à 200 unidades. Essa versão de despedida vinha com um certificado e uma fita de vídeo com toda a cronologia do Opala, desde o projeto inicial e chaves banhadas a ouro. O Opala é um carros que mais ganharam mudanças (Até cansei de postar!) no Brasil e um dos únicos que mais deixaram saudades no consumidor. Clientes até entraram em protesto em frente a fábrica em São Caetano do Sul. Deixou uma legião de fãs que para eles, está vivo até hoje em suas mentes. Mas o Opala foi bem substituído. Em seu lugar entrava o moderno Omega, outro que teria uma grande história no Brasil.


Fonte: Best Cars

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