Retrômobilismo#26: Aqui é raça forte. A força e valentia das picapes "Série 10"!

Como você viu nos primeiros Retrômobilismos do Conexão Automotiva a Chevrolet Brasil apresentada como o primeiro Chevrolet nacional. Durou até 1964 quando foi substituída pela C14 (chassi curto) e pela C15 (chassi longo). Junto com a cabine simples vinha também a C1416 que era um picape de cabine dupla e com duas portas, assim como a Chevrolet Alvorada, a picape cabine dupla da picape Brasil. Vinha com visual parecido com a Brasil com 4 faróis na dianteira, com nova grade com o logo Chevrolet interligando-as. Fora isso tinha um visual mais moderno que a Brasil com uma carroceria que levava até 1 tonelada na versão C1000. Já a versão C14 poderia levar 750kg de carga.

Primeiramente a C14/C15 vinham com motor 4.3 V6 a gasolina que rendia 151cv a 3.800rpm e com um torque de 32kgfm de força, disponíveis em 2.400rpm. O motor de 4300cc vinha com comando de válvulas no bloco e válvulas no cabeçote acionado por varetas. Também tinha o motor Diesel, que era um 3.9 de 4 cilindros que rendia 77cv de potência e um torque de 27,5kgfm. Ambos tinham câmbio que poderia ser de 3 ou 4 marchas, sempre manual. Em 1966 vinha a primeira mudança. Tratava-se da nova grade dianteira, que passava a ser prateada e ficava mais "limpa". Já em 1968 vinha mais algumas mudanças, como a nova dianteira que vinha com apenas um farol de cada lado e mudava novamente a grade que ficava mais fina e a recolocação do logo da Chevrolet que saía da grade para ir para o capô.

As mudanças de 1968 também mudava no interior que passava a ter o painel de instrumentos com alterações estéticas como o velocímetro que passava a ser em forma de círculo, enquanto que o anterior era em forma de um transferidor de 180º, o que deixava o painel antigo mais moderno do que o posterior. As alterações não chegavam ao motor e muito menos a traseira que se manteve a mesma até a picape sair de linha no Brasil. A C14 e C15 duraram até 1973 quando foram substituídas pela C10 que tinha apenas um nome para todas as carrocerias antigamente. A C10 não trazia nenhuma alteração perante às C14 e C15. Em 1976 chegava o motor 2.5 de 4 cilindros emprestado do Opala que rendia 87cv de potência e um torque de 17kgfm de força e o 2.5 a álcool que rendia 89cv de potência e com torque de 17,1kgfm, que não obtiveram sucesso, nem pelo desempenho, nem pelo consumo, mas ainda assim, permaneceram em linha até 1985. Todos os modelos equipados com câmbio manual de 4 velocidades.

Em 1978 surgia a D10 que vinha com motor 3.8 à Diesel (Substituía o 3.9, com a mesma potência) que rendia 77cv de potência e com um torque de 30kgfm. Já em 1979 vinham mais mudanças. Tratava-se novamente da dianteira, que ficava mais reta e com capô diferente e nova grade que ficava mais quadriculada, além de uma nova opção de carroceria que seria muito usada, a chassi que poderia ter caçamba de madeira. Um dado interessante nessa época, a GM pintava os motores de acordo com a versão e com o tipo de combustível, que durou até o início da década de 80. Em 1981 chegava o novo motor a álcool, chamada de A10 que vinha com motor 4.1 de 6 cilindros que rendia 122cv de potência e um torque de 27kgfm de força. A C10 também ganhava o novo motor a gasolina, o 4.1 também de 6 cilindros em linha que rendia 132cv de potência e um torque de 27,2kgfm de força.

Os motores 4.1 não duraram muito tempo no mercado. Ficaram até 1985 quando a "Série 10" saiu de linha, sendo uma das picapes mais vendidas da Chevrolet. Sucesso de vendas, a "Série 10" vendeu de 1964 à 1985 (Sem dados do ano de 1984) 335.558 unidades das picapes, sendo que seu recorde de vendas foi em 1974 quando foram vendidas 28.176 unidades da C10, em seu primeiro ano de vendas. Possivelmente a Série 10 vendeu algo próximo das 350.000 ou até mesmo mais, figurou entre os 15 carros e comerciais leves mais vendidos do Brasil praticamente em todos os anos em que permaneceu em linha. Em 1985 foi substituída por outro sucesso, a Série 20 com A20, C20 e D20.