Retrômobilismo#15: Fábrica Nacional de Motores, a FNM, homenageava o então presidente com o JK!


A Fábrica Nacional de Motores, conhecida como FNM era conhecida por seus caminhões, mas no dia 21 de Abril de 1960, o Brasil conhecia o FNM 2000, que foi batizado em homenagem ao presidente que recém tinha inaugurado Brasília, Juscelino Kubitschek, conhecido como JK. Ficava conhecido então por FNM JK-2000. Apresentado na Europa em 1957 como Alfa Romeo 2000 68 (Na verdade era de fato um Alfa-Romeo, mas com o logo da FNM), era basicamente o mesmo carro, com pequenas mudanças externas e internas. Apesar dos requintes que oferecia, o FNM JK-2000 não teve sucesso. Além disso, desde o lançamento do carro, a FNM enfrentava dificuldades financeiras e administrativas que a levaram quase a falência. Media 4,71m de comprimento, 1,70m de largura, 1,45m de altura e um bom entre-eixos de 2,72m, pesava 1.460kg e tinha um porta-malas de 450 litros.


Fabricado no distrito de Xerém, no município de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro, o JK tinha visual imponente e moderno para época, diferente dos rivais Aero-Willys e Simca Chambord. O grande espaço interno tinha padrão de conforto incomum nos rivais, com bancos reclináveis, poderia se transformar até mesmo em uma cama. Com motor 2.0, rendia 95CV de potência, (Depois de algum tempo rendeu 125CV) era um dos mais modernos motores da época, com um torque de 15,9kgfm de força, acoplado ao câmbio manual de 5 velocidades, o primeiro veículo nacional com 5 marchas. Ia de 0 à 100km/h em 18 segundos e tinha velocidade máxima de 155km/h. Fazia cerca de 7km/l na cidade e cerca de 10km/l na estrada.


Mas então porque não conseguia ter um bom mercado? Simples. O JK-200 era um dos carros mais caros do Brasil na época, mais barato apenas que o Simca Chambord Presidénce. A produção também era pequena, cerca de 500 unidades anuais eram fabricadas, sumia rápido das concessionárias, e não era tão fácil de conseguir uma unidade. Quase sem nenhuma mudança desde então, em 1964, com o golpe militar, pondo fim ao governo de João Goulart, fazia a FNM abandonar o nome JK, deixando apenas o nome FNM 2000. Em 1966 chegava a versão esportiva TIMB, sigla que significava Turismo Internacional Modelo Brasil. Mudanças visuais vinham, como o capô, mais baixo e larga e uma leve alteração na grade frontal. O TIMB vinha com motor que chegava a cerca de 160CV.


Finalmente, em 1968 a Alfa Romeo italiana assumiu o controle acionário da FNM, por 36 milhões de dólares. A partir daí iniciou-se uma nova fase para a fábrica, com perspectivas para a entrada de novos modelos de carros no mercado brasileiro. Mas, apesar das especulações em torno de novos lançamentos, a direção da empresa decidiu apenas melhorar o modelo existente. Assim, surgiu, em fins de 1969, o FNM 2150, quase igual ao modelo 2000. Vinha com o mesmo motor, com cilindrada 2.132cm³, rendia 125CV de potência e um torque de 18,3kgfm de força, ia de 0 à 100km/h em apenas 16 segundos, uma boa marca na época e chegava a 165km/h, trazia mudanças como nova grade, para-choque dianteiro e traseiro, mas mesmo assim era basicamente o mesmo FNM.


Em 1971 era vendido nas versões "normal" e "luxo", com mais mudanças na grade dianteira, com novos frisos deixava o 2150 um pouco mais atual, mas já sentindo os sinais de cansaço no mercado. Tentando atualizar um carro já com 12 anos de fabricação no Brasil e abandonado há algum tempo na Europa, a FNM decidiu lançar, em 1972, um 2150 mais aperfeiçoado. Ao mesmo tempo, intensa campanha publicitária apregoava a atualização do sistema de controle de qualidade – padrão Alfa Romeo – e uma contínua expansão da Rede de concessionárias e de oficinas autorizadas.


A primeira "geração", a JK-2000 jamais ultrapassou a casa das 500 unidades anuais, algo que só mudou em 1968, quando a Alfa Romeo comprava a FNM, e vendeu em 1.209 unidades em 1970, o recorde do sedan. O modelo saía de linha no Brasil em 1973, quando o mercado brasileiro já estava quase que renovado, com Ford Galaxie, Chevrolet Opala e Ford Maverick, vendeu pouco mais de 10.000 unidades nos 13 anos de mercado brasileiro, número bem abaixo dos rivais, como Simca Chambord e principalmente o Aero-Willys, que vendeu cerca de 10x mais que o FNM 2000/2150. Foram 4.356 unidades do 2000 e 7.486 unidades do 2150, totalizando 11.842 unidades. Mas com certeza que o 2000/2150 ajudou e muito no crescimento e evolução do mercado brasileiro, que melhorava e abria espaço para seu sucessor, o Alfa Romeo 2300, esse sim, um Alfa Romeo legítimo.


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