Retrômobilismo#11: Gordini, o anti-Fusca da Willys no Brasil!

Renault-Willys Dauphine
 Quem nunca ouviu falar no Gordini? Renault na Europa e da Willys no Brasil, o Gordini teve algumas variantes no Brasil: Dauphine, Gordini, 1093 e Teimoso. Bom, o primeiro a chegar por aqui foi o Dauphine, em 1959, produzido pela Willys-Overland era o primeiro automóvel da Willys, mas era conhecido no Brasil como Renault Dauphine, apesar de ser produzido pela Willys. Aliás, o modelo brasileiro era idêntico ao vendido na Europa, vinha com motor 845cc, um 0.9 que rendia 26,5CV de potência, auxiliado a um câmbio manual de 3 velocidades. Como o Dauphine não era um carro para os nossos padrões de clima/temperatura e com estradas precárias, se tornou um carro frágil demais, e recebeu o apelido de Leite Glória, pois se desmancha sem bater, tal como o leite em pó da época.

Renault-Willys Dauphine
 Mas o Dauphine tinha sua qualidades, como o visual moderno na época, mais moderno que o seu maior rival, o Volkswagen Fusca, as 4 portas também eram um ponto positivo e o porta-malas, dianteiro e bem maior que o do Fusca. Em 1961 chegava o Gordini, que tinha um visual mais luxuoso, que trazia um friso que ia por toda a lateral do pequeno, se tornou o mais conhecido, e vendido. Em 1962 a Renault-Willys sofria evoluções técnicas como acabamento, câmbio de 4 marchas e um motor de 40CV, ou como o slogan da época: "40hp de pura emoção!". Na verdade, não tinha muuita emoção assim, mas era melhor que os 26,5CV. Fazia o Gordini ir de 0 à 100km/h em 28,3 segundos, e tinha velocidade máxima de 128km/h, com média de 13km/l. Em 1963 chegava a raríssima versão 1093, que era ainda mais potente, com carburador duplo, taxa de compressão maior, dava 53CV ao pequeno francês, que pedia que usassem gasolina azul, com maior octanagem. O 1093 também tinha um visual mais esportivo, com volante esportivo e trazia conta-giros no painel e ficou no mercado até 1965.


Em 1964 a Willys fazia um mega teste para provar que ele era confiável. Em Interlagos, foram rodados 50.000km ininterruptos por 22 dias, parando apenas para abastecer, trocar pneus e pilotos. No mesmo ano, o Dauphine também dava adeus ao mercado, abrindo espaço para o Teimoso, a versão mais pelada do Gordini. Não tinha cromados, forrações, piscas dianteiros e traseiros, e na traseira era substituído por uma única luz, a do freio. Em 1966 Gordini e Teimoso ganham mais mudanças, como novo carburador, a alavanca do câmbio saía do volante e ia para seu conhecido lugar até hoje e novo estofamento. Em 1968 a Ford comprava as ações da Willys, e a fábrica de São Bernado do Campo deixava de produzir Teimoso e Gordini, para o "carro M", que seria lançado no ano seguinte, com muito sucesso de vendas, o Ford Corcel.

Renault-Willys Gordini
 Logo depois que saiu de linha, assim como todos os modelos da DKW, que saíram de produção um ano antes, junto com todas as versões do Gordini desvalorizaram muito, sendo que poderiam ser trocados por materiais de construção ou por muito pouco dinheiro. Mas mesmo assim o Gordini/Dauphine/Teimoso/1093 foi um modelo de sucesso enquanto durou no Brasil, apesar do final repentino. Com 9 anos de mercado nacional, o Renault Willys Gordini vendeu até que bem. O modelo no total vendeu 74.627 unidades, sendo 23.887 unidades do Dauphine de 1959 à 1965, 41.052 unidades do Gordini de 1961 à 1968, 721 unidades do 1093 entre 1963 à 1965 e 8.967 unidades do Teimoso de 1965 à 1967.

Renault-Willys Teimoso

Vídeo dos 50.000km em Interlagos: Youtube

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